_
_
_
_

Washington mantém “2 ou 3” canais de comunicação com Pyongyang

O secretário de Estado Rex Tillerson afirma que os EUA avaliam se a Coreia do Norte está pronta para iniciar conversações

Macarena Vidal Liy
O secretário de Estado Rex Tillerson e o conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi 
O secretário de Estado Rex Tillerson e o conselheiro de Estado da China, Yang Jiechi Lintao Zhang (AP)

Parem as máquinas, a guerra, afinal, não está tão perto. Ou parece que não. Quando as tensões na península coreana pareciam mais fortes que nunca, e Donald Trump e Kim Jong-un trocavam declarações cada vez mais belicosas, o secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson, em visita a Pequim, revelou que a situação não está tão “sombria” como dava a impressão: os Estados Unidos, disse, mantêm vários canais de comunicação abertos com a Coreia do Norte e até tentam determinar se Pyongyang está pronta para entrar em conversações sobre seu programa de armamento nuclear.

Mais informações
Coreia do Norte vê declaração de guerra em discurso de Trump
Trump inclui Venezuela e Coreia do Norte no novo veto migratório
Bombardeiros dos EUA sobrevoam fronteira do território norte-coreano
Coreia: a guerra que não terminou

“Estamos avaliando isso, portanto fiquem atentos”, afirmou o chefe da diplomacia norte-americana em declarações a jornalistas após se reunir em Pequim com as autoridades chinesas para preparar a visita do presidente Donald Trump à China em novembro. “Perguntamos. Temos linhas de comunicação com Pyongyang. Não estamos numa situação negra, às escuras, temos um par, três canais abertos com Pyongyang.”

São canais diretos. Indagado se a China participava como mediadora de algum deles, Tillerson respondeu taxativamente: “nossos próprios canais”.

O ouriçamento em relação ao programa de armamento da Coreia do Norte e a troca cada vez mais dura de ameaças entre Washington e Pyongyang foi neste sábado um dos grandes assuntos das conversas entre Tillerson e as autoridades chinesas, que culminaram com uma reunião entre o secretário de Estado e o presidente chinês, Xi Jinping, no pomposo Grande Palácio do Povo de Pequim. Mas nos apertos de mãos e trocas formais de cumprimentos na frente dos jornalistas ninguém mencionou a Coreia do Norte.

Desde o sexto teste nuclear do regime de Kim Jong-un, a China parece ter endurecido sua posição frente a seu vizinho e teórico aliado. Embora insista na necessidade de dialogar para resolver o conflito, desde então votou a favor de uma nova rodada de sanções no Conselho de Segurança da ONU, que incluem o embargo às exportações coreanas de têxteis e limitam o fornecimento de petróleo. Pequim anunciou novas restrições de suas vendas de combustíveis ao vizinho e nesta quinta-feira concedeu prazo de 120 dias às empresas e joint-ventures norte-coreanas para que cessem suas atividades no território chinês. A ordem de fechamento inclui também as dezenas de restaurantes estatais norte-coreanos espalhados por todo o país e que, com seus símbolos, retratos dos líderes nacionais e telas de televisão retransmitindo os canais de Pyongyang, constituem uma peculiar janela com vista para a cultura do outro lado do rio Yalu.

“A China deu grandes passos nas últimas semanas, e esperamos com expectativa que a China adira às resoluções do Conselho de Segurança da ONU e as ponha totalmente em prática”, afirmou esta semana uma porta-voz do Departamento de Estado em Washington.

A aparentemente maior firmeza de Pequim chega quando essa capital se encontra mergulhada nos preparativos para o novo Congresso quinquenal do Partido Comunista da China, que será aberto em 18 de outubro. É o maior acontecimento na vida política do país, e nele Xi Jinping consolidará ainda mais seu poder. O Governo chinês está há meses concentrado em evitar que posso acontecer o mais mínimo fato, interno ou externo, que possa prejudicar seu desenvolvimento.

Até agora a Coreia do Norte parece haver buscado, exatamente, estragar a festa de Pequim em datas importantes para a China. Programou seu mais recente teste nuclear para o início da cúpula dos Brics, da qual Xi Jinping era anfitrião; em maio, “roubou” com o lançamento de um míssil o protagonismo da inauguração da cúpula sobre a Nova Roda da Seda em Pequim. A própria reunião entre Xi e Trump na Flórida foi precedida de um disparo semelhante.

E depois de Trump ter ameaçado na Assembleia Geral da ONU “destruir completamente” a Coreia do Norte e ter chamado seu líder supremo de “homem-foguete”, Kim Jong-un ameaçou “domar com fogo o velho norte-americano”. Seu ministro de Relações Exteriores afirma que seu país toma as palavras de Trump como “uma declaração de guerra”.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_