_
_
_
_
Dia dos namorados
Tribuna
São da responsabilidade do editor e transmitem a visão do diário sobre assuntos atuais – tanto nacionais como internacionais

Eu freei a atração à primeira vista, mas aconteceu o que tinha de acontecer

Que a nossa história sirva de inspiração para gente que, como nós, não deu as costas para o amor

Escultura do artista português Pedro Figueiredo.
Escultura do artista português Pedro Figueiredo.Carlos García (EFE)
Mais informações
Amar, verbo transitivo
É possível organizar um casamento feminista?
Casamento homossexual avança no mundo, mas leis antigays também
‘Erro’ possibilita o primeiro casamento gay da América Central

"Conheci minha atual mulher quando eu tinha 44 anos e ela, 33, no ambiente profissional. Isso já faz uns 15 anos. Foi atração à primeira vista, porque ela é linda, inteligente e bem-humorada. Mas, de forma preventiva, freei qualquer investida minha, porque ela era casada (com um homem) e tinha um filho de seis anos e eu morava com uma mulher.

Mas aconteceu o que tinha de ser. Saímos algumas noites para jantar e o inevitável aconteceu. Em um motel - e eu que não frequentava esses lugares havia décadas -, bastante temerosas de que poderíamos ser barradas, pois então a visibilidade não era nada bem-vinda.

Ela, sempre mais impetuosa, descasou-se em um mês. Eu estanquei. Tinha medo do novo e sobretudo medo de um relacionamento com uma mulher até então heterossexual. Ah, e tinha o filho. Que medo de filhos! Nunca tive ímpetos de maternidade.

Demorei bem uns três anos para me separar, mesmo porque minha então companheira havia adoecido e eu jamais faria o papel de macho que abandona a mulher quando ela mais precisa. Também porque, devo confessar, sou um pouco covarde para mudanças emocionais.

Nesse meio tempo, nos tornamos amantes. Não era uma situação confortável para nenhuma das duas. Mas era o que eu acreditava poder bancar naquele momento.

Minha então companheira - ironia do destino- me abandonou, quando eu viajei a trabalho para o exterior. Duro baque voltar e ler o bilhete de despedida. Todo mundo detesta o abandono, mesmo que, no fundo, torça para isso acontecer.

Minha atual mulher, naquele mesmo dia do meu desembarque, cheguei veio à minha casa com flores e vinho. Desde então, não nos largamos. Casamo-nos de papel passado, aliança e padrinhos em setembro de 2016.

Foi fácil? Não. O primeiro obstáculo foi o filho, pois era apenas uma criança e eu com uma inabilidade a toda prova para conviver com o menino. Mas ele cresceu e gostou quando ela contou sobre nós, soltando o clássico "demorô". O ex-marido sempre foi meu amigão de primeira hora. Tive sorte.

Enfim, espero que essa história sirva de inspiração para gente que, como nós, não deu as costas para o amor".

*(A autora pediu para não ser identificada)

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_