_
_
_
_
_

Namorado atraiu vítima de estupro coletivo à casa onde ela foi violentada

Polícia faz perícia no local do crime e apreende celulares e roupa de cama. A casa estava revirada e vazia

María Martín
Operação policial na casa onde a menina de 12 anos foi estuprada no Rio.
Operação policial na casa onde a menina de 12 anos foi estuprada no Rio.Fabiano Rocha (Agência O Globo)
Mais informações
Delegada do estupro coletivo no Rio: “Menina ficou uma hora nas mãos dos criminosos”
Mãe de um dos suspeitos de estupro coletivo no Rio entrega filho à polícia
No Rio de Janeiro, um estupro a cada duas horas

A menina de 12 anos que foi estuprada no Rio por pelo menos quatro rapazes foi atraída até o local do crime pelo namorado de 17 anos. Segundo as investigações ele teria convidado a vítima à casa dele, mas quando ela chegou encontrou apenas dois jovens, de 16 e 17 anos. Conforme divulgou o jornal Estado de S. Paulo, eles teriam levado a menina para o quarto e iniciado a agressão. Logo depois, o namorado chegou com um jovem de 18 anos e ao invés de impedirem, consumaram o estupro. Parte do crime, que aconteceu há cerca de três semanas atrás, foi gravado em vídeo e depois divulgado nas redes sociais. Os agentes apuram ainda se havia mais pessoas no cômodo – num começo se falou de pelo menos cinco – e se a agressão foi premeditada.

A Polícia Civil fez perícia nesta quinta-feira na casa onde ocorreu o abuso, na Favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense, na região metropolitana do Rio. Na residência, uma casa muito simples em uma área dominada pelo tráfico de drogas, moravam o namorado da vítima e a mãe dele. Nela apreenderam dois celulares, roupa de cama, uma máquina fotográfica e dois travesseiros, que poderiam ter sido usados para sufocar a menina durante o estupro, como viu-se no vídeo da agressão. “Tapa o rosto da novinha”, diziam na gravação.

Os policiais encontraram a casa revirada e sem roupas no armário, explicou o delegado assistente da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, Rodrigo Moreira. “Isso faz pensar que a família foi ameaçada pelo tráfico, assim como o rapaz que se entregou, e foi embora”, explicou Moreira.

O rapaz a quem o delegado faz referência foi conduzido pela mãe nesta terça-feira até a polícia. Ele é um dos quatro envolvidos no estupro. Ele foi reconhecido pela vítima, a Justiça já decretou sua apreensão e foi encaminhado para o Degase, o centro de internação para menores infratores no Rio. A polícia, que apelou aos pais dos agressores para que entreguem seus filhos, tenta cumprir hoje dois mandados de apreensão dos menores envolvidos e o mandado de prisão do único adulto, até agora, apontado como participante. Os menores envolvidos devem responder por fato análogo a crime de estupro de vulnerável, cuja detenção máxima é de três anos. Já o adulto pode enfrentar 15 anos de prisão. Os agressores devem responder também pela produção e distribuição das imagens.

O caso foi divulgado na última sexta-feira, após a tia da menina ser alertada de que um vídeo da sobrinha circulava nas redes sociais. Ela denunciou o crime à polícia e, na segunda-feira, tanto a vítima como a mãe foram ouvidas. Não houve “nenhum tipo de anuência” da menina, disse a delegada do caso, Juliana Emerique. Segundo os investigadores, a jovem ficou cerca de uma hora em mãos dos criminosos. Devido à situação de risco da vítima e seus parentes, a família entrou no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, mudaram de Estado e de identidade.

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_