_
_
_
_
Crítica | ‘A Bela e a Fera’
Crítica
Género de opinião que descreve, elogia ou censura, totalmente ou em parte, uma obra cultural ou de entretenimento. Deve sempre ser escrita por um expert na matéria

‘A Bela e a Fera’: Bijuteria da magia

Este é um musical que trai o ritmo da partitura na montagem e a continuidade da melodia em sua encenação

Frame do filme 'A Bela e a Fera'.
Frame do filme 'A Bela e a Fera'.
Mais informações
Emma Watson, mais uma vítima do vazamento de fotos íntimas
Emma Watson: de Hermione a Bela
Disney, a fábrica dos sonhos animados

Com A Bela e a Fera (1991), o estúdio Disney consolidou o que A Pequena Sereia (1989) já havia antecipado: que a marca que estabeleceu a linguagem canônica da animação ingressava em uma nova idade do ouro, sustentada sobre a junção de duas formas expressivas que pareciam ter passado a uma vida melhor: a comédia musical e o longa-metragem animado. Foi um trabalho que desmontou preconceitos e abriu certas consciências, por fim dispostas a aceitar como obra de prestígio um filme animado – o outro marco decisivo no processo seria o prêmio a Miyazaki em Berlim.

A BELA E A FERA

Direção: Bill Condon.

Elenco: Emma Watson, Dão Stevens, Rupert Evans, Kevin Kline.

Gênero: musical. Estados Unidos, 2017

Duração: 129 minutos.

É compreensível que, dentro da atual mecânica de adaptações com atores reais (ou algo assim) de seu legado animado, a Disney tenha se empenhado em encarar esta nova versão de A Bela e a Fera com o respeito reverencial como princípio condutor: não cabem aqui nem a exaltação lúdica de Jon Favreau em O Livro da Selva (2016) nem a radical mudança de ponto de vista que Malévola (2014) representou em relação à memória de A Bela Adormecida (1959). No entanto, a suposta vocação de fidelidade de Bill Condon acabou levando ao contrário. Não só muito se perdeu pelo caminho como também as novas contribuições resultam em perdas, e não trazem acréscimos.

Para começar, este é um musical que trai o ritmo da partitura na montagem e a continuidade da melodia em sua encenação. Emma Watson teria ficado melhor se não tivesse se pronunciado sobre o discutível feminismo da proposta, do mesmo modo que teria sido mais apropriado anunciar um arquétipo homofóbico em vez da primeira personagem disneyana (oficialmente) gay. A ferocidade animada da Fera perde o vigor no interior de um melancólico bicho de pelúcia digital. E, sim, tudo brilha muito e parece deslumbrante, mas só parece... como a bijuteria.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_