As melhores séries de 2016
Jornalistas do EL PAÍS analisam as principais séries de TV do ano
Mais um grande ano acaba para as séries de TV. E o Quinta Temporada, blog sobre séries do EL PAÍS, não poderia deixar de fazer a sua própria seleção daquilo que mais se destacou na ficção para TV. Dramas, comédias, thrillers, fantasia, comédias tão dramáticas que parecem dramas... Histórias para todos os gostos que nos distraíram, nos fizeram sofrer, rir, chorar e, acima de tudo, sentir. Como sempre gostamos de lembrar, listas são subjetivas e sempre haverá grandes séries que ficarão de fora por falta de espaço e de tempo para ver tudo. Convidamos você a fazer seus comentários nas redes sociais, com suas queixas, pedidos e sugestões. Eis as 15 séries que avaliamos como as melhores de 2016.
1 – BoJack Horseman
Sim, uma série de animação sobre um cavalo falante é a série do ano. Ficamos malucos? Um pouco, talvez. Ou talvez não. BoJack Horseman é uma das comédias mais ácidas e cruéis da televisão. E também rimos. Muito. Mas, entre uma risada e outra, a série nos aplica uma bofetada, ousando abordar questões das quais as outras nem chegam perto: depressão, drogas, aborto, a hipocrisia de Hollywood, a fama... Sem complexos nem vontade de ficar dando lições. E nos emociona. Muito. Seus personagens são cães, cervos ou baleias, mas suas experiências são tão humanas que nos tocam demais. E, como um triplo salto mortal, ela joga com a narrativa e com a televisão sem copiar nada, de forma totalmente original. Ninguém mais teria ousado produzir um episódio mudo com toques de Fantasia e Buster Keaton. BoJack faz isso, perfeitamente, e tem recebido pouca atenção. Pois bem: esta maravilha de Raphael Bob-Waksberg merece todas as nossas atenções.
Onde assistir: Netflix.
2 – American Crime Story: The People vs. O.J. Simpson
Em 1995, o mundo mudou mais do que se imagina com o julgamento do ex-jogador de futebol americano e ator O.J. Simpson, que se encerrou com sua absolvição depois da acusação de ter assassinado a esposa, Nicole Brown, e Ronald Goldman. Mudança em nível social, após alguns anos de convulsão causada pelos distúrbios raciais de Los Angeles, por enfocar temas como racismo, violência policial e machismo. E mudança também na maneira de se ver televisão, usando o caso como um grande espetáculo ao vivo, transmitindo desde a perseguição policial ao Ford Bronco em uma rodovia até o próprio julgamento. Embora já saibamos qual foi a conclusão do processo, essa minissérie escrita e produzida por Ryan Murphy expõe todas essas ideias de modo perfeito, com algumas das melhores interpretações do ano na televisão, com Sarah Paulson, Courtney B. Vance, John Travolta, Cuba Gooding Jr e David Schwimmer, entre outros.
Onde assistir: Netflix.
3 – The Americans
Como Elizabeth, Philip, Martha, Nina, Paige e Stan nos fizeram sofrer este ano... Esta história, ambientada na Guerra Fria, já na quarta temporada e com o olhar voltado para o seu final daqui a duas temporadas, prossegue sua ascensão em termos de tensão e qualidade, mantendo-se como um desses grandes títulos que mereceriam uma repercussão bem maior do que têm. Neste ano, Elizabeth e Philip tiveram de enfrentar o problema moral e pessoal derivado do fato de ter conhecido alguém e ter de trai-lo, a parte mais complicada de ser um espião. Fiel a seu estilo e a seu ritmo, The Americans se situa mais uma vez entre as melhores do ano. É o que nos cabe.
4 – Halt and Catch Fire
As mulheres tornaram ainda maior essa pequena joia estrelada por um grupo de pioneiros da informática nos anos oitenta. A terceira temporada de Halt and Catch Fire se aprofundou em seus protagonistas no momento em que conheciam uma mudança de ares com o Vale do Silício como o pano de fundo em que a Mutiny, empresa criada por Cam e Donna, e Joe procuravam se reinventar, mais uma vez. Mais do que uma série sobre gênios da informática, Halt and Catch Fire é, na verdade, uma história sobre a ambição, sobre a dificuldade de lidar com os outros, sobre a complicação que é manter relações pessoais para quem tem no trabalho a sua grande paixão. Traição, amizade, videogames e até mesmo a Aids estiveram presentes nesta temporada. Uma série que deve ser sempre elogiada.
Onde assistir: AMC.
5 – Horace and Pete
Horace and Pete é teatro puro. Na verdade, não é nem mesmo transmitida pela televisão, mas somente na página pessoal de Louis C.K., esse gênio do monólogo que há muito tempo almeja ser mais do que é. O criador de Louie se inspira, agora, no cinema de Fellini ou Cassavetes para penetrar de forma cruel nos hábitos de uma família que cuida de um bar em Nova York. Isso tudo com uma liberdade integral, que lhe permite fazer o que bem entende a cada episódio, inclusive escrever um monólogo de quase meia hora em que Laurie Metcalf relata suas experiências sexuais sozinha diante da câmera. Edie Falco, Steve Buscemi, Jessica Lange... Se isso não for suficiente para se deixar levar, nada será.
Onde assistir: Louisck.net
6 – Transparent
A série continua a ser classificada como comédia, mas a terceira temporada de Transparent foi a mais dramática de todas. Em alguns momentos, até mesmo trágica. A família Pfefferman e seus próximos mostraram as suas fissuras bem mais do que nas temporadas anteriores. A dor diante da morte e a da negação de poder ser quem você é presidiram a temporada. Como pano de fundo, a busca da própria identidade, tema que sempre marcou esta série, em que dois de cada três capítulos de meia hora são de partir o coração. A canção Hand In My Pocket, de Alanis Morissette, nunca soou tão forte e tão triste como na voz de Judith Light.
Onde assistir: Amazon Prime Video.
7 – American Crime
Um jovem denuncia um estupro realizado por colegas em uma escola. Assim começa a segunda temporada de American Crime, uma série antológica, divulgada na TV aberta, que ousa questionar, ano após ano, os padrões de raça, gênero e posição social na cultura norte-americana. A produção de John Ridley, com um grande elenco em que todos estão bem e com mulheres duras de roer que brilham em sua caracterização, dói, mas tudo o que ela faz é buscar a verdade.
Onde assistir: canal AXN.
8 – Westworld
Westworld poderia ter sido o grande fracasso da HBO. As expectativas eram altas demais, apresentava-se como a substituta de Game of Thrones e a filmagem tinha sido um tanto calamitosa. Mas, entre monólogos grandiloquentes e uma inteligente mistura de gêneros, a série de Jonathan Nolan e Lisa Joy triunfou no que queria conseguir. Esse parque temático do oeste joga com o espectador e suas percepções da narração, consegue surpreender e criar personagens que nos prendem. Talvez sua única falha esteja no relato, que fica como um prólogo da guerra que virá, apesar de já ter respondido mais perguntas que Lost, com a qual muitos comparam.
Onde assistir: HBO
9 – The Crown
The Crown talvez seja a produção mais elegante do ano. A Netflix recria nesta série a chegada de rainha Elizabethl II ao trono da Inglaterra em 1953 e os primeiros anos de seu reinado, em que a monarca se depara com a necessidade de modernizar a instituição. Todos os aspectos artísticos são milimetricamente cuidados, assim como os detalhes de cada personagem. A série tem um perfeito feitio britânico. Pode-se questionar se tudo de fato ocorreu como se vê na tela, como em qualquer produção histórica, mas a essência do que se conta e das personagens reais é mais que evidente. The Crown deixa um gosto de quero mais, para ver como evolui uma série que, se tudo sair conforme o planejado, terá diferentes atrizes para interpretar a rainha ao longo de seu reinado.
Onde assistir: Netflix.
10 – The Night Of
A HBO acertou com esta minissérie baseada em uma produção britânica. Um paquistanês, estudante exemplar e com aparência de bom garoto, é acusado de assassinar a mulher com quem passou uma noite louca de álcool, drogas e sexo. Um advogado sem experiência em casos desse calibre decide apostar nele. As coisas vão se complicando, com pistas que apontam tanto para sua possível inocência como para sua possível culpabilidade. Um thriller de ritmo pausado que entra no emaranhado judicial e na psicologia das personagens e que conta com uma das personagens do ano, o advogado Jack Stone, interpretado por John Turturro.
Onde assistir: HBO.
11 – Fleabag
Phoebe Waller-Bridge é a criadora, roteirista e protagonista desta comédia britânica com altas doses dramáticas. A protagonista, cujo nome não sabemos, conta em primeira pessoa, dirigindo-se à câmera e mantendo o espectador como cúmplice, suas experiências de vida, trabalho, amor, sexo e família com ousadia e sem filtro. E tudo depois de passar por uma experiência traumática que vai sendo revelada ao longo da série. Dura e terna, divertida e pungente, a revelação do ano no Reino Unido ainda não chegou à Espanha. Já é hora de alguém se animar...
Onde assistir: BBC Three.
12 – Happy Valley
Na segunda temporada do Happy Valley, Catherine Cawood segue um assassino em série enquanto carrega nos ombros, além de toda a sua família, as consequências do que ocorreu na primeira temporada. Ela é tudo nesta série ambientada na Grã-Bretanha rural, que não costuma aparecer nas séries e filmes britânicos, mas que também existe. A combinação de thriller e dramalhão familiar volta a funcionar perfeitamente na segunda temporada da série, que abre mais frentes, agrega novas personagens e é tão ou mais viciante que a primeira temporada.
Onde assistir: Netflix.
13 – Veep
Há cinco anos esta série vem demonstrando que a política pode ser muito divertida, especialmente se misturada a insultos elaborados (ouvidos dentro do Salão Oval) e maldades. Veep conta a história da vice-presidenta dos Estados Unidos Selina Meyers (a esplêndida e monopolizadora de prêmios Julia Louis-Dreyfus) e sua corrida para a presidência. Uma corrida em que os principais adversários são, quase sempre, seus colaboradores mais próximos. Não por ambição ou traição, mas sim por estupidez e pouco profissionalismo.
Onde assistir: HBO.
14 – Game of Thrones
Esta sexta temporada de Game of Thrones teve seus melhores momentos no início e no final, com uma série de episódios mais irregulares no meio. Começou com a resolução do que aconteceu com Jon Snow e acabou com os Stark vingando-se de parte de seus inimigos e com a mãe dos dragões, Daenerys, enfim, a caminho de Westeros (demorou, mas conseguiu). De novo o nono capítulo marcou a temporada. Desta vez com A batalha dos bastardos, um dos episódios mais cinematográficos e intensos da série até agora. A série continua sendo uma das mais interessantes, apesar da quantidade de personagens que é preciso acompanhar (alguns aparecem muito pouco e outros não fariam falta) e um ou outro capítulo mais que dispensável.
Onde assistir: HBO.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Mais informações
Arquivado Em
- Paquita Salas
- Amazon Prime Video
- The Americans
- Transparent
- Série dramática
- Série suspense
- Série fantasia
- Série britânica
- Série ficção científica
- Série histórica
- Série detetives
- Série crimes
- Série animação
- Ação séries
- HBO
- Séries americanas
- Netflix
- Série comédia
- Plataformas digitales
- Gêneros séries
- Séries tv
- Brasil
- IPTV
- América do Sul
- América Latina