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As melhores séries de 2015

O Blog 'Quinta Temporada' as 15 melhores séries de 2015. Qual série você acrescentaria?

Natalia Marcos

As listas do melhor do ano são uma tradição que gostamos de manter no blog Quinta Temporada. 2015 foi mais um grande ano de séries, com excelentes retornos, grandes estreias, despedidas em grande estilo, minisséries marcantes e, sobretudo, ficção para todos os gostos. Tomamos o testemunho dos leitores do EL PAÍS, que já escolheram suas séries favoritas deste ano, para reunir alguns dos títulos imprescindíveis de 2015. Como sempre recordamos, as listas são subjetivas e sempre haverá grandes séries que ficarão de fora por questão de espaço e de tempo para ver tudo. Sem mais preâmbulos, vamos ao que consideramos as 15 melhores séries de 2015.

Peggy Olson, em 'Mad Men'.
Peggy Olson, em 'Mad Men'.

1 - The Leftovers

Já tínhamos anunciado. Uma segunda temporada que marcou. O primeiro lugar nesta lista tinha de ser paraThe Leftovers que, mais que uma série, é toda uma experiência emocional. Depois de uma primeira temporada notável que foi de menos a mais, a segunda não tem desperdício. Além de ser um turbilhão de emoções obscuras, The Leftovers brilhou em todos os aspectos: roteiro, estético, musical, interpretação... Não teve medo de pular a linearidade narrativa, mostrar metáforas visuais de interpretação complicada, brincar com referências filosóficas e religiosas, trabalhar em diferentes níveis. The Leftovers não tem medo nem mesmo de uma terceira e última temporada que terá de corresponder às altíssimas expectativas geradas. Ganha um merecido primeiro lugar.

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 2 - Fargo

Fargo demonstrou que uma série antológica, com temporadas independentes entre si, com personagens diferentes, atores diferentes e trama diferente, pode manter o nível da primeira edição até mesmo quando a primeira temporada foi tão boa como a da série de que tratamos. Fiel a seu estilo e estética, os novos capítulos de Fargo viajaram aos anos 1970 para mostrar a luta acirrada entre grupos criminosos, com algum lobo solitário e os já clássicos tipos comuns envolvidos em circunstâncias perigosas. Em Fargo, onde seus responsáveis mimam cada plano, cada imagem, cada sequência, cada tema musical, você nunca sabe o que te espera a seguir. Tanto pode ser uma grande matança como um OVNI que aparece de repente. E tudo com grande respeito ao universo que a própria série criou. Sem dúvida, uma das séries do ano.

3 - Mad Men

A despedida de Mad Men doeu e deixou um importante vazio no panorama televisivo. O adeus de Don Draper teve gosto de fim de uma era televisiva. Nos últimos sete capítulos, os fiéis (não muitos em quantidade, mas sim muito fiéis) a Mad Men pudemos nos despedir um a um de personagens que deixamos ainda mais perdidos do que estavam quando os conhecemos. O último capítulo da série e, sobretudo, essa imagem de Don Draper meditando e seu leve sorriso como despedida deixou seus seguidores com uma estranha sensação reconfortante para um adeus definitivo. Saudades de você, Don.

4 - The Americans

Quase não fez barulhos, mas a terceira temporada de The Americans foi notável. A série protagonizada por um casal de espiões russos vivendo em solo americano mistura histórias centradas em suas tarefas como agentes com os dilemas pessoais que têm de enfrentar como casal e pais. A Guerra Fria em The Americans é cozida a fogo lento. E a terceira temporada se transformou em uma panela a pressão que começou a ter vazamentos diversas ao revelar alguns dos segredos dos protagonistas.

5 - Transparent

A segunda temporada de Transparent se esqueceu de sua etiqueta cômica e cedeu mais espaço ao drama enquanto os personagens continuam percorrendo seus próprios caminhos em busca de identidade. A série criada por Jill Soloway e protagonizada por Jeffrey Tambor deixa uma sensação agridoce no paladar, mas sua voz, tão pessoal, sensível e particular, é necessária em um panorama televisivo no qual sair da norma agrada público e crítica. Além do cuidado que há por trás desta série, o resultado volta a ser excelente.

6 - Catastrophe

Em 2015, esta comédia britânica não deixou uma grande temporada, mas duas. Junto a You're the Worst (que fica fora desta lista, mas por pouco), Catastrophe é uma das representantes de um novo estilo de comédias românticas em que as relações de casal são olhadas por um prisma muito mais realista e próximo às experiências que qualquer um pode ter, roçando o antirromanticismo. Se com sua primeira temporada já surpreendeu pelo frescor, naturalidade e excelente química entre os protagonistas, a segunda temporada conseguiu superar a primeira. Uma boa recomendação para uma maratona seriéfila natalina.

7 - Better Call Saul

Como levar adiante um spin off de uma das melhores séries da história e não fracassar na tentativa? Better Call Saul conseguiu. A série protagonizada por Bob Odenkirk se afasta de Breaking Bad o suficiente para ter sua própria identidade enquanto conta o passado do advogado Saul Goodman quando ainda não era esse seu nome. Para os fãs de Breaking Bad, uma boa porção de alusões e referências e a curiosidade de conhecer o passado de alguns dos personagens secundários de sua série favorita. Para os espectadores que chegam a ela sem ter visto a outra série, uma história que mistura drama e toques de humor negro com um protagonista muito bom e secundários excelentes como Jonathan Banks.

8 - Halt and Catch Fire

Há séries das quase quase não se fala e, no entanto, estão fazendo grandes coisas na surdina. Uma delas é esta ficção sobre um grupo de pioneiros da informática no momento em que os computadores pessoais começavam a se expandir e a Internet dava seus primeiros passos. A segunda temporada, liderada pelas mulheres da série, Donna e Cameron, deixou alguns dos melhores momentos seriéfilos deste ano. A terceira temporada, conseguida quando já quase ninguém apostava que haveria mais capítulos de Halt and Catch Fire, mira muito alto.

9 - Mr Robot

Foi uma das surpresas da temporada televisiva do último verão no hemisfério norte essa série agora se coloca entre as melhores do ano. Uma ficção televisiva sobre o mundo dos hackers não parece um desafio simples de enfrentar, mas Mr Robot consegue tornar acessível e muito interessante uma trama que joga com a visão que seu protagonista dá aos espectadores de sua própria história. Além da trama centrada em um grupo de ativistas rebeldes, Mr Robot se destaca no aspecto visual por sua bem cuidada fotografia e uns peculiares que são marca da casa. De novo, uma série que se sai da corrente e se destaca por se atrever a inovar.

10 - Veep

Selina Meyer chegou à presidência e agora enfrenta a parte mais difícil: manter-se no cargo. A comédia protagonizada por Julia Louis-Dreyfus foi ganhando relevo conforme passavam as temporadas, e na quarta conseguiu alguns dos momentos mais divertidos do ano televisivo. Junto a uma grande protagonista, Veepconta com um elenco à altura das circunstâncias, ao que nesta temporada se juntou Hugh Laurie. Certamente, muitas vezes o que se vive nos gabinetes da Casa Branca se parece mais com o caos que se vê em Veep que o dramatismo e intensidade de House of Cards.

11 - American Crime

Um soco no estômago. Uma pancada onde dói mais. American Crime não é fácil de digerir. Mas exatamente por isso é uma série necessária. Por avivar o diálogo e o debate sobre um tema tão difícil como o racismo latente na sociedade. Porque agita consciências e faz você se remexer, incomodado, no sofá enquanto vê uma história crua presidida por choques inter-raciais. Esta série antológica (a próxima temporada contará uma história diferente com outros personagens) brilha em parte pelo que conta e, em parte, por interpretações como as de Felicity Huffman e Regina King.

12 – Game of Thrones

Embora a quinta não tenha sido sua melhor temporada, é complicado deixar de fora uma superprodução como Game of Thrones. Ninguém pode negar que a série que virou fenômeno é a que mais conversas protagoniza e a que mais teorias gerou neste ano graças a um final em que aconteceu tudo, incluindo a morte/não morte/sabe lá o que (e as voltas que nos restam...) de já sabe quem. A série sabe e se aproveita disso, e de que, se tudo continuar igual, adiantará definitivamente aos livros quando começarem os novos capítulos em abril. Agora todos, leitores e não leitores, estamos em igualdade de condições. Que continue a diversão.

13 - Jonathan Strange & Mr Norrell

No blog ainda vamos fazer uma retrospectiva das séries britânicas do último trimestre de 2015, mas antes, no verão, a BBC estreou esta série de fantasia baseada no livro de mesmo título, que ganhou um lugar em nossa lista. Sua história nos transporta ao século XIX de uma Inglaterra em que a magia é uma realidade. Enquanto Mr Norrell se propõe restaurar a magia, o inexperiente Jonathan Strange começa a pôr em prática poderes que não sabia que tinha e que farão dele um dos magos mais poderosos do momento. Só sete capítulos (seguindo a tradição das séries britânicas com temporadas curtas) cheios de fantasia, magia e muito entretenimento, porque em televisão existe espaço para tudo.

14 - Show Me a Hero

David Simon voltou à televisão com uma minissérie que conta a história real de Nick Wasicsko, um jovem prefeito de Yonkers que passa de herói a vilão em um piscar de olhos. Interpretado por Oscar Isaac, este político se vê às voltas com uma ordem judicial para construir moradias protegidas em bairros de classe média com a intenção de acabar com a segregação racial (e com a conseguinte oposição dos moradores). Uma história com vertente política, social e pessoal com o selo pessoal e inconfundível de Simon.

11 - El Ministerio del Tiempo

Um fenômeno seriéfilo espanhol. Já se disse praticamente tudo o que se pode dizer sobre a primeira temporada de El Ministerio del Tiempo, mas vamos repetir. Merece estar aqui por méritos próprios. Por arriscar, por inovar, por dar um sopro de ar fresco ao panorama televisivo espanhol e captar para a TVE um tipo de público que raramente se aproxima para ver alguma coisa na televisão convencional. O interesse que despertou nas redes sociais se traduziu em um movimento de fãs que poucas vezes se viu em uma série espanhola. Era preciso ousar e fazê-lo bem. Não é fácil, mas às vezes se consegue.

O Quinta Temporada é um blog do EL PAÍS dedicado ao melhor da televisão.

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