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Júri condena sobrinhos de Maduro em Nova York

Os dois parentes do presidente venezuelano foram presos há um ano ao tentar introduzir 800 quilos de cocaína nos EUA

Os sobrinhos da primeira-dama da Venezuela no julgamento.
Os sobrinhos da primeira-dama da Venezuela no julgamento.Elizabeth Williams (AP)
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Efraín Campos Flores e Francisco Flores de Freitas foram declarados culpados por narcotráfico por um júri popular em Nova York. Os dois sobrinhos da primeira-dama da Venezuela, Cilia Flores, foram presos há um ano no Haiti, por uma operação da DEA, a agência antidrogas dos EUA, quando planejavam introduzir no país 800 quilos de cocaína. O dinheiro que ganhariam com a droga seria utilizado, segundo a promotoria, para ajudar a família a se manter no poder.

Os dois acusados, que já completaram um ano na cadeia, tentavam levar a droga para o mercado norte-americano usando sua influência como familiares do presidente da Venezuela. Seu plano consistia em exportar cocaína fazendo uma escala em Honduras. De acordo com a agência Efe, o juiz Paul Crotty decidirá em 7 de março a pena a ser aplicada. A pena mínima para esse tipo de crime é de 10 anos de detenção, mas pode chegar à prisão perpétua.

As partes apresentaram suas argumentações finais nesta quinta-feira após mais de mais de uma semana de julgamento. A estratégia da defesa no processo foi de questionar o procedimento adotado pela DEA na prisão dos dois acusados. Eles foram levados para Nova York em um avião da agência no mesmo dia da operação de captura. Os advogados consideram que essa ação foi, na verdade, um sequestro. Além disso, segundo eles, ambos fizeram uma confissão forçada.

Em julho passado, noticiou-se que os dois admitiram ter negociado com as FARC. A defesa tentou também questionar as testemunhas, já que dois dos informantes passaram dados para a DEA ao mesmo tempo em que atuavam no narcotráfico para o cartel mexicano. Os sobrinhos viajaram para Porto Príncipe em um avião particular e, na hora em que foram presos, usavam passaportes diplomáticos. Ali, receberiam, supostamente, um primeiro pagamento, de 11 milhões de dólares.

A equipe do promotor nova-iorquino Preet Bharara afirmou no julgamento que os dois precisavam do dinheiro para ajudar no combate à campanha dos EUA de apoio à oposição venezuelana antes das eleições legislativas do final do ano passado. O partido de Nicolás Maduro perdeu, ali, a maioria parlamentar. Efraín Campos Flores, de 30 anos, primo de Francisco Flores de Freitas, foi criado na casa do presidente, depois de ter perdido a mãe. O júri precisou de mais de seis horas de reunião para chegar ao veredito.

A Administração de Barack Obama realiza paralelamente uma série de investigações sobre o papel desempenhado pela Venezuela no mercado de tráfico de cocaína. Em agosto passado, Néstor Reverol, uma das pessoas mais próximas do ex-presidente Hugo Chávez, já falecido, e Edyberto Molina, ex-diretor da agência antidrogas venezuelana, foram acusados de narcotráfico pelo Departamento de Justiça dos EUA. Cerca de dez altos funcionários continuam sob investigação.

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