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Até petistas miram vaga no segundo escalão de Temer

Diretorias da Infraero, Dataprev e da Funai ainda são alvo de disputas

Temer no desfile de 7 de setembro, em Brasília.
Temer no desfile de 7 de setembro, em Brasília.ADRIANO MACHADO (REUTERS)

Enquanto no primeiro escalão as trocas são quase instantâneas na gestão Michel Temer (PMDB) – já foram quatro ministros substituídos –, no subterrâneo da política brasiliense, indicados pelo PT permanecem em cargos chaves e alimentam uma disputa fratricida no segundo e terceiro escalão do Governo. Cálculos extraoficiais apontam que quase 40% dessas funções ainda estão nas mãos de petistas. São cerca de 50 cargos com salários que variam entre 8.000  e 14.000 reais. O Governo queria esperar passar o impeachment de Dilma Rousseff (PT) para ocupar todos os cargos.

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Vice-presidências, diretorias e superintendências de órgãos como a a Caixa, o Banco do Brasil, a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) e a Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev) têm sido disputadas por vários dos aliados do novo presidente brasileiro.

A corrida pelo cargo comissionado é tamanha que até petistas, hoje ferrenhos opositores à gestão Temer, tentam emplacar seus apadrinhados em alguma função. O caso mais emblemático neste sentido é o de Paulo de Tarso Campolina, um nome defendido nos bastidores pelo ex-ministro Carlos Gabas, que atuou na gestão Rousseff, e pelo ex-deputado federal pelo PT Cândido Vaccarezza para presidir a Dataprev. Atualmente o órgão tem como presidente Rodrigo Ortiz D’Avila Assumpção, na função desde 2008, ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Quem briga pela indicação da nova diretoria da Dataprev é o PSC, legenda que apoia Temer no Congresso. A legenda conseguiu emplacar o líder do Governo na Câmara (André Moura), mas que não dirige nenhum ministério. Ao lado do PR e do Solidariedade, o partido de Moura e do polêmico deputado federal Jair Bolsonaro, deve ser um dos mais beneficiados na entrega de cargos. A razão é a fidelidade de seus parlamentares ao Governo e aos poucos espaços que ocupam atualmente.

A Funai, comandada atualmente por um presidente interino, quase teve em seus quadros um militar sem nenhuma experiência com a questão indígena. Dois generais do Exército chegaram a ser indicados pelo PSC para a função: Sérgio Roberto Peternelli e Franklimberg Ribeiro de Freitas. Os nomes deles foram rejeitados pela comunidade indígena e o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, desistiu de nomeá-los. O cargo deverá ficar com o PSDB, que pretende indicar Noel Villas Bôas, advogado e filho do famoso sertanista Orlando Villas Bôas.

No caso da Infraero, a disputa é por diretorias que hoje são ocupadas por funcionários que também foram nomeados por Lula. A presidência do órgão mudou, mas nem todos os subordinados ainda foram trocados. No comando da Infraero desde junho, Antonio Claret de Oliveira foi uma indicação do PR, o mesmo partido do ministro dos Transportes, Maurício Quintela.

Temer assumiu prometendo profissionalizar a gestão pública brasileira. Conseguiu aprovar a Lei das Estatais, que muda os critérios para a escolha dos dirigentes das empresas públicas federais. Tentou reduzir o número de ministérios de 34 para 20, mas foi pressionado por aliados a manter algumas das pastas para obter apoio no Legislativo. Hoje, são 24 ministérios (e um com status de ministério, a AGU). Agora, o peemedebista tem de administrar uma nova briga por poder.

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