Duras críticas nos EUA a Ryan Lochte e aos nadadores norte-americanos pelo incidente no Rio
Críticas unânimes aos atletas que se envolveram em escândalo durante a Olimpíada do Rio
O misterioso incidente envolvendo o nadador norte-americano Ryan Lochte e seus companheiros deixou jornalistas e comentaristas dos EUA desconcertados e irritados. A Polícia Civil do Rio de Janeiro anunciou na quinta-feira que os nadadores norte-americanos não foram vítimas de um assalto, ao contrário do que alegaram no domingo, mas que, supostamente sob influência do álcool, vandalizaram um banheiro e urinaram nos arredores de um posto de gasolina.
Esta não é a primeira vez que Ryan Lochte protagoniza um escândalo. O nadador já tem antecedentes: em 2005 e em 2010 foi acusado de desordens e de urinar num estabelecimento público, algo que lhe custou a perda de patrocínios dos Jogos de Londres em 2012, aos do Rio neste ano. Depois desse incidente, pode perder outros mais. A Speedo, empresa que fabrica produtos para natação e um dos patrocinadores do nadador norte-americano, divulgou um comunicado, segundo a rede CNN, em que diz estar “acompanhando a situação”, mas avisa que não fará comentários sobre seu apoio ao atleta até que a investigação seja concluída.
Com as últimas informações, vários jornalistas e líderes de opinião criticaram os nadadores pelo escândalo. Abaixo, reunimos algumas reações.
Almost set off an international incident & overshadowed accomplishments of other US athletes... because a few dudes needed pee. #LochteGate
— T.J. Holmes (@tjholmes) August 18, 2016
O apresentador da rede ABC, T. J. Holmes, reclamou da falta de respeito dos atletas, que acusa de atenuar a importância das vitórias da equipe dos EUA nos Jogos Olímpicos no Rio. “Quase acontece um incidente internacional e os resultados de outros atletas ficaram eclipsadas porque alguns caras tinham que fazer xixi”, disse ele no Twitter.
Followed by many people instantly assuming he was being truthful, and Brazilians were lying, despite no evidence.... https://t.co/Ka2ZmFDiVN
— Glenn Greenwald (@ggreenwald) August 18, 2016
Glenn Greenwald, o jornalista norte-americano que descobriu o caso Snowden e que mora no Rio, sugere que muitas pessoas confiaram cegamente na história de Lochte por ser um homem branco bem-sucedido contando uma história de violência numa cidade em vias de desenvolvimento com alta taxa de criminalidade.
Brian Winter, vice-presidente de política do Conselho das Américas, um laboratório de ideias focalizado em questões da América Latina, também não poupou críticas. Winter comentou ao diário The New York Times que essa história alimenta um estereótipo de “gringos (referindo-se aos norte-americanos) que tratam o país (Brasil) como um país de terceira”, que é um destino de férias e de depravação para universitários norte-americanos, “e onde se pode mentir para a polícia sem nenhuma consequência”.
"They shouldn't be out on the streets at 4 am, drinking & carousing" @SenFeinstein on Lochte, others representing US https://t.co/uBiwiv0P6E
— The Lead CNN (@TheLeadCNN) August 18, 2016
A senadora democrata Dianne Feinstein, da Califórnia, enfatiza em entrevista à CNN que os atletas olímpicos são embaixadores e representantes do seu país assim como os diplomatas. “Não deveriam estar andando pelas ruas às quatro da manhã, bebendo e farreando”, afirma.
Mike Vaccaro, veterano jornalista esportivo e editor dessa seção no jornal The New York Post, resume todas as críticas num artigo em que acusa Lochte de reforçar o estereótipo mencionado por Greenwald, um sentimento de superioridade do norte-americano quando está fora do seu país.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.