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Juíza pede apreensão de passaportes de nadadores após contradições sobre assalto

Imagens contradizem versão inicial de Ryan Lochte e dos atletas dos EUA de que teriam sido assaltados no Rio

María Martín
Ryan Lochte no Rio de Janeiro.
Ryan Lochte no Rio de Janeiro.DAVID GRAY (Reuters)

O caso do assalto de Ryan Lochte e outros quatro nadadores norte-americanos na madrugada deste domingo na Rio 2016 viveu uma reviravolta depois de virem à tona versões contraditórias sobre o suposto crime. A Justiça do Rio ordenou busca e apreensão dos passaportes dos atletas Ryan Lochte e Jimmy Feigen, que haviam declarado terem sido assaltados junto aos colegas Gunnnar Bentz e Jack Conger quando voltavam de táxi de uma festa.

A Polícia Civil do Rio apareceu, nesta manhã, na Vila Olímpica, onde se hospeda a maioria dos atletas, para cumprir uma ordem de busca e apreensão dos passaportes dos nadadores. A determinação veio da juíza Keyla Blank, do Juizado Especial do Torcedor e de Grandes Eventos, que decretou que os atletas não deixem o país por terem apresentado versões confusas sobre o caso. Ryan Lochte, no entanto, não se encontra mais no Rio, enquanto Feigen, segundo a imprensa, não estava na Vila.

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Imagens das câmeras de segurança da Vila que mostram a chegada dos atletas com seus pertences e  também a falta de evidências específicas que sustentem a versão dos americanos teriam levantado as suspeitas dos agentes. "A polícia ainda não tem elementos para dizer se eles estão mentindo ou não", disse nesta quarta o delegado Ronaldo Oliveira, informa Felipe Betim. "As investigações continuam", completou.

O caso foi divulgado após a mãe de Ryan Lochte contar à imprensa norte-americana que seu filho foi ameaçado com uma pistola apontada para a cabeça. Após a declaração do que parecia um possível assalto, o Comitê Olímpico Internacional declarou que as informações eram completamente falsas, enquanto o Comitê organizador desconversou alegando que elas eram vagas.

Patrick Sandusky, representante do Comitê Olímpico dos EUA, disse que a polícia procurou pelos nadadores na Vila Olímpica, mas explicou que o time de natação saiu de lá após o fim da competição. "Além disso, como parte do nosso protocolo de segurança, não divulgamos publicamente os planos de viagem dos atletas e não podemos confirmar a localização atual dos nadadores", afirmou Sandusky, que ressaltou que o comitê continuará cooperando com as autoridades brasileiras.

Segundo a própria versão de Lochte, medalhista de ouro neste Jogos, os quatro voltavam de uma festa na zona turística da cidade por volta das 4 horas da madrugada quando um grupo armado com distintivos de policiais parou o veículo e os obrigo a sair. Segundo o nadador, eles teriam apontado uma arma na cabeça deles e roubado suas carteiras, deixando, no entanto, seus celulares e credencias com eles.

“Pararam nosso táxi e esses sujeitos saíram com um distintivo da polícia, sem o luminoso nem nada além desse distintivo da polícia, e nos tiraram do carro. Sacaram as armas e disseram aos outros nadadores que se deitassem no chão. Eles fizeram isso. Eu me recusei, não tínhamos feito nada errado, então não ia me deitar no chão”, relatou Lochte.

Imagens divulgadas pelo Daily Mail mostraram, no entanto, que os norte-americanos chegaram na Vila quase às sete de amanha, três horas depois do suposto assalto, o que levantou dúvidas sobre a versão inicial. Nas imagens de segurança da Vila Olímpica, eles aparecem tranquilos e sorridentes entrando na Vila dos Atletas com parte de seus pertences, como relógios e carteiras. A polícia apontou, ainda, que os dois nadadores que prestaram depoimento, Ryan Lochte e Feigen, mostraram contradições nas suas versões e reconheceu que, até agora, não conseguiu encontrar o motorista que teria levado os atletas nem imagens ou testemunhas que confirmem o episódio.

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