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Jornal retira reportagem que tirava do armário atletas de países homofóbicos

Um jornalista do 'The Daily Beast' entrou em contato com participantes dos Jogos Olímpicos do Rio através de um aplicativo e revelou muitas de suas informações

Uma prova de natação no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro.
Uma prova de natação no Parque Aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro.Getty Images

O jornal online norte-americano The Daily Beast publicou nesta semana uma reportagem sobre como os esportistas gays que estão no Brasil para a Olimpíada utilizam aplicativos de celular para marcar encontros sexuais. O autor do artigo, Nico Hines, foi à Vila Olímpica, na zona oeste do Rio de Janeiro, e entrou em contato com vários atletas através do Grindr. Depois, ele escreveu um artigo com as mensagens enviadas, e no qual revelava também dados dos perfis que permitiam identificar facilmente os esportistas mencionados.

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Além da invasão de privacidade, outro agravante é o fato de que entre os afetados se encontram vários atletas de países onde homossexuais são perseguidos."Nós nos equivocamos", admitiu o jornal depois de retirar o artigo de seu site e substituí-lo por uma nota na qual os editores se desculpavam publicamente. No entanto, não fica claro se os esportistas haviam autorizado ou não que suas informações fossem reveladas na reportagem. "Sentimos muito. E pedimos desculpas aos atletas que podem ter sido inadvertidamente comprometidos pela nossa história", acrescenta o texto. "Temos valores profundos, entre os quais se encontram enfrentar valentões e fanáticos, e ser, especificamente, uma voz, orgulhosa, de apoio à comunidade LGBT de todo o mundo", destaca o comunicado.

No artigo retirado, por exemplo, Hines descrevia como encontrou no Grindr os perfis de atletas que participam de várias competições, incluído um indivíduo "de um país notoriamente homófobico"; e como chegou a marcar um encontro sexual com um deles. Depois da publicação da reportagem, as reações vieram sem demora. Sarah Kate, presidente do coletivo Glaad, que luta pelos direitos dos homossexuais, denunciou que o artigo "colocava esportistas LGTB em perigo". O nadador Amini Fonua, de Tonga, que é assumidamente gay, também se manifestou contra o texto. "Imagine um espaço onde você pode se sentir seguro, o único lugar onde você é capaz de ser você mesmo, ser arruinado por uma pessoa que pensa que tudo é uma brincadeira", escreveu o esportista em sua conta no Twitter.

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