_
_
_
_

Opiáceo que matou Prince é 25 vezes mais potente que a heroína

Estados Unidos alertam para o abuso do fentanil, cujo consumo está em alta

Prince, em um show em Chicago, em 2007.Foto: reuters_live | Vídeo: QUALITY
Amanda Mars

O medicamento que matou Prince de overdose não tem cheiro e é entre 25 e 50 vezes mais potente que a heroína. O mau uso do fentanil, um opiáceo sintético que começou a ser usado nos anos sessenta como anestésico intravenoso, se transformou atualmente em uma dor de cabeça para as autoridades norte-americanas, já que está relacionado com um número cada vez maior de mortes. O cantor, conforme se confirmou nesta quinta-feira, entrou para essa estatística.

Mais informações
Quando Prince fez uma canção para Donald Trump
Luto púrpura pelo genial Prince

O laudo toxicológico do corpo do artista revelou uma overdose acidental desse fármaco, que Prince usava sem supervisão médica. A morte dele expõe um dos aspectos dramáticos da epidemia de heroína que assola os EUA, o uso excessivo de opiáceos. O fentanil, além disso, é 50 a 100 vezes mais poderoso que a morfina, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças.

O consumo legal está em alta — em 2014 foram prescritos 6,6 milhões de vezes — e também o ilegal. A mescla de analgesia e euforia que proporciona leva muitos a utilizá-lo como substituto da heroína, mas é uma alternativa pesada que muitas vezes leva à morte. Segundo a rede de alertas de abusos de drogas, o número de emergências relacionadas com o uso no médico do fentanil passou de 15.947 em 2007 para 20.034 em 2011.

Além disso, muitos dependentes o misturam com a própria heroína para aumentar seus efeitos de forma completamente suicida. Somente na Flórida, em 2013, foi a causa da morte de 185 pessoas, 36% a mais que em 2012. A agência norte-americana contra a dependência de drogas alertou em abril que o fentanil é potencialmente letal até em doses muito baixas.

À parte o abuso das prescrições, os Estados Unidos enfrentam há anos o problema dos laboratórios clandestinos onde são produzidos de forma fraudulenta, como algumas pílulas adulteradas encontradas em março na região de Sacramento (Califórnia), que estavam sendo vendidas na rua sob a aparência de outro tipo de medicamento.

A morte de Prince por overdose de opiáceos se soma à de outras celebridades nos Estados Unidos, como a do ator Philip Seymour Hoffman há dois anos, que deixou este mundo com uma seringa espetada no braço, ou a de Heath Ledger, em 2008, por uma mistura fatal de medicamentos. E coloca outro rosto célebre em uma praga de abuso de opiáceos que em 2014 acabou com a vida de quase 30.000 pessoas nos Estados Unidos.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_