ELN liberta a jornalista Salud Hernández-Mora
Outros dois jornalistas sequestrados foram colocados em liberdade horas depois
A jornalista espanhola Salud Hernández-Mora foi libertada na tarde de sexta-feira, de acordo com informações do bispo de Ocaña, Gabriel Ángel Villa, a Caracol Radio. A correspondente do jornal El Mundo foi entregue por guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) à uma missão humanitária na região localizada entre os municípios de Teorama e San Calixto, na Colômbia, próxima à fronteira com a Venezuela. “Agradeço a todas as pessoas que rezaram por mim, que estiveram comigo, estou perfeitamente bem. Não ocorreu nenhum problema. Agradeço especialmente à Igreja Católica e à Defensoria do povoado”, disse a repórter à Caracol após uma semana de sequestro.
Em uma entrevista coletiva improvisada, Hernández-Mora disse que no município de El Tarra homens armados requisitaram seu material de trabalho. “Depois uma moto veio me buscar porque iriam devolver minhas coisas e me conceder uma entrevista”, disse. O motorista a levou à rua Buenos Aires, também em Catatumbo, um dos destinos da reportagem que ela realizava sobre cultivos ilegais nessa região da Colômbia. “A guerrilha apareceu e me disseram que eu iria ficar com eles por alguns dias, me trouxeram roupas e desde então andei de um lado para o outro”. A correspondente explicou que só dormiu no mesmo lugar em duas ocasiões, no restante do tempo foi levada, sempre à noite, a diversos postos do ELN. “Durante o dia não fazia nada, olhava o céu e o teto”, afirmou. “Fui imprudente, mas acredito que um jornalista deve sê-lo, caso contrário não conseguiríamos 70% das matérias”.
Pouco antes, a jornalista falou com a Radio Catatumbo: “Só posso dizer que essa é uma região mais maravilhosa do que ruim. Em muitas partes da Colômbia acredita-se que aqui é um ninho de pessimistas. Tive a sorte de conhecer Catatumbo muitas vezes, infelizmente nessa ocasião fui sequestrada”.
O presidente Juan Manuel Santos chegou em Tibú, em Catatumbo, para saber como está a situação da repórter e a operação do Exército e da Polícia na região. “É uma notícia que enche de alegria os colombianos e o mundo inteiro, mas quero exigir a libertação imediata dos dois jornalistas ainda em poder do ELN”, disse o mandatário colombiano. Também lembrou à guerrilha que “os diálogos de paz não se iniciarão até que libertem todos os sequestrados em seu poder”.
“Estou muito contente, que felicidade!”, afirmou Pacho Santos, ex-vice-presidente da Colômbia, membro do partido Centro Democrático e amigo pessoal. “Um amigo policial me confirmou e liguei à sua família na Espanha, estão felizes”. O prefeito de El Tarra, o último lugar em que Hernández-Mora foi vista, confirmou que foi informado da libertação pelas autoridades de Ocaña. “Não sei como chegou até ali, mas tudo ocorreu graças à Igreja Católica”. O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García Margallo também mostrou sua satisfação pela libertação no canal 13 da televisão espanhola: “Peço permissão para interromper a programação para demonstrar minha alegria pela libertação de Salud Hernández”.
Hernández-Mora desapareceu no sábado 21 de maio, quando realizava uma reportagem nessa região no nordeste da Colômbia, controlada pelas guerrilhas da FARC, o ELN e o EPL, além de vários grupos do crime organizado.
Diego D´Pablos e Carlos Melo, os jornalistas da RCN Noticias, também sequestrados pelo ELN na segunda-feira, foram libertados horas depois na mesma missão humanitária próxima a El Tarra em Catatumbo.
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