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Exército da Colômbia busca jornalista espanhola desaparecida

Chancelaria de Madri diz que “tudo indica” que a correspondente do ‘El Mundo’ foi sequestrada

Salud Hernández-Mora.Vídeo: CLAUDIA RUBIO HO
A. Marcos

Salud Hernández-Mora, correspondente do jornal espanhol El Mundo e colaboradora do colombiano El Tiempo, se encontra em paradeiro desconhecido desde sábado. A jornalista espanhola fazia uma reportagem sobre cultivos ilícitos na região de Catatumbo, no nordeste da Colômbia, perto da fronteira com a Venezuela, quando deixou de manter contato com seus conhecidos. A zona é uma das mais conflitivas da Colômbia, pois quase todos os grupos armados do país operam por lá. O ministro espanhol de Relações Exteriores, José Manuel García-Margallo, observou nesta segunda-feira que “tudo indica” que ela foi sequestrada e que os autores podem ser guerrilheiros do Exército de Liberação Nacional (ELN), informa a agência Europa Press.

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“Diante das denúncias pelo possível desaparecimento da jornalista Salud Hernández-Mora, as Forças Militares da Colômbia ativaram o protocolo de busca”, informou o Exército colombiano pelo Twitter. A informação foi corroborada pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em outro tuíte: “Determinei à Força Pública que trate com prioridade e dedicação o estabelecimento do paradeiro da jornalista Salud Hernández-Mora”.

O Ministério de Defesa emitiu nota informando que as primeiras informações sobre o desaparecimento da repórter “surgiram no domingo”. “A jornalista, que não pediu proteção da Força Pública, foi vista pela última vez no sábado, 21 de maio, por volta de 13h, na zona urbana de El Tarra. Surgiram versões de que ela poderia estar no distrito de Filogringo, município de El Tarra. O prefeito desse município está colaborando na confirmação da informação”, prossegue o comunicado.

Até agora, a única informação concreta é que foi vista na região de El Tarra, onde apurava uma reportagem sobre o cultivo de coca nessa região, dominada por três guerrilhas: as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), o ELN e o Exército Popular de Liberação (EPL). O jornal El Mundo, para o qual Hernández-Mora colabora desde 1999 na Colômbia, diz que a jornalista foi sequestrada numa área controlada pelo ELN.

Sob ordens de Santos, uma comissão especial do GAULA (grupo militar de combate a sequestros e extorsões) viajou à região do desaparecimento e “já avança na coleta de depoimentos e indícios que permitam determinar o paradeiro da comunicadora”, disse o Ministério de Defesa. “Neste momento, estão mobilizadas as capacidades de inteligência e cobertura da área, e se prepara o envio imediato de reforços à zona”. A Polícia Nacional e as Forças Militares colocaram dois números de telefone à disposição de cidadãos que possam oferecer informações.

Hernández-Mora, que sempre manteve uma posição muito crítica quanto ao processo de paz do Governo com as FARC e o ELN, publicou na sexta-feira um tuíte informando que uma greve em El Tarra, em protesto pelo desaparecimento de duas crianças, a impedia de sair da região. Em sua última mensagem, informou que as buscas pelos meninos prosseguiam. O El Mundo também relata que ela entrou em contato com a freira Amanda Bedoya, da igreja de Nossa Senhora da Assunção, em El Tarra, que teria sido a última pessoa a vê-la, no começo da tarde de sábado. “Estive com Salud falando de diversos assuntos. Ela me entrevistou, conversamos agradavelmente, e no começo da tarde de sábado foi pegar um ônibus com direção a Cúcuta”, disse ela ao jornal espanhol.

Da tarde do domingo, diante da não publicação da coluna dominical dela no El Tiempo, começou a circular com força a hashtag #DondeestaSaludHernandez (“onde está Salud Hernández?”). Não era a primeira vez que a jornalista viajava a essa região da Colômbia, como se pode ver numa imagem publicado no El Mundo.

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