Dilma vai recorrer ao Mercosul se impeachment for aprovado no Senado
Presidenta afirma em Nova York que pode recorrer à suspensão no Mercosul
A presidenta Dilma Rousseff defendeu nesta sexta-feira em Nova York que o processo de impeachment iniciado no Congresso contra ela não constitui nada além de "um golpe" à democracia e que, se for adiante, vai lutar e poderá recorrer também ao Mercosul. Em um encontro com vários meios de comunicação depois de seu discurso em uma cerimônia da ONU sobre o clima, a presidenta salientou que seus opositores buscam retirá-la do poder sem fundamentos legais.
"Apelaria à cláusula democrática se o Senado aceitar o processo quebrando as normas democráticas", disse a repórteres na casa do Consulado do Brasil. O Mercosul tem uma cláusula democrática que pode ser ativada para suspender um país caso um Governo seja derrubado, como aconteceu no Paraguai em 2012.
Depois que a Câmara dos Deputados aprovou o processo de impeachment, é o Senado que deve ratificá-lo em uma votação prevista para o início de maio. Dilma enfatiza que não há base legal que respalde o processo de impedimento, uma vez que não é alvo de qualquer processo criminal. "Não há uma só acusação de corrupção contra mim", disse, "é incômodo destituir uma pessoa inocente".
Mas o apoio que teria no grupo de países latino-americanos que compõem o Mercosul não está claro. O Uruguai tem defendido Dilma –e é o país que ocupa a presidência rotativa da Unasul e do Mercosul–, mas não conseguiu levar em frente um texto de apoio à presidenta. O Paraguai, em especial, considera a dura crise política brasileira (paralela a uma econômica não menos grave) como um assunto interno sobre o qual o Mercosul tem pouco a dizer.
Tanto esta possibilidade de recorrer ao Mercosul como o comparecimento ante a imprensa em Nova York fazem parte da estratégia internacional lançada pela equipe da presidenta para tentar combater o processo fora do Brasil. Em teoria, o impeachment tem como argumento o uso de táticas irregulares orçamentárias do governo, embora a votação da Câmara dos Deputados tenha deixado claro que o que ocupa a oposição é a crítica política contra Dilma. É por isso que Dilma não vê nenhuma base legal. "Essa é uma questão política, não posso ser destituída por razões políticas", afirmou.
Aceitará o resultado do que o Senado disser se optar por retirá-la do poder? Fizeram duas vezes a mesma pergunta a Dilma, para deixar claro que vai lutar. "Eu vou lutar com todas as minhas forças para assegurar que a democracia não seja rompida" no Brasil, disse, reforçando que as eleições democráticas devem ser respeitadas.
Horas antes compareceu à cerimônia de assinatura do acordo sobre o clima, alcançado na cúpula de Paris em dezembro, para garantir ante os 171 países presentes que o povo brasileiro "trabalha duro, ama a liberdade" e impedirá "qualquer retrocesso". Enquanto isso, a Presidência ficou a cargo do vice-presidente Michel Temer, a quem Dilma considera "golpista e conspirador".
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.
Mais informações
Arquivado Em
- Mercosul
- Eduardo Cunha
- Impeachment Dilma Rousseff
- Michel Temer
- Partido dos Trabalhadores
- Vice-presidente Brasil
- Crises políticas
- Impeachment
- Câmara Deputados
- Senado EEUU
- Dilma Rousseff
- Congresso Estados Unidos
- Presidente Brasil
- Destituições políticas
- Congresso Nacional
- Presidência Brasil
- Estados Unidos
- Parlamento
- Brasil
- Governo Brasil
- ONU
- América do Norte
- América Latina
- Governo
- América do Sul