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Ao menos 28 mortos em um grande atentado na capital de Afeganistão

Após explosão, atribuída a um grupo talibã, em uma área de alta segurança da capital afegã, houve tiroteio

Membros das forças de segurança afegãs no local do atentado.Foto: reuters_live | Vídeo: RAHMAT GUL (AP) / QUALITY
Ángeles Espinosa

Um atentado suicida causou a morte de pelo menos 28 pessoas e feriu outras cerca de trezentas nas primeiras horas da manhã desta terça-feira em Cabul, segundo a polícia, citada pela agência Reuters. O grupo Taliban assumiu a autoria do ataque imediatamente afirmando que seu alvo era a Direção Nacional de Segurança, principal agência de espionagem do Afeganistão. Com isso, o grupo envia uma forte mensagem de repúdio às tentativas do presidente do país, Ashraf Ghani, de abertura de diálogo com o Taliban para por fim a quinze anos de conflitos. Em meio à confusão que se seguiu à explosão, a polícia informou que pelo menos 28 pessoas morreram e 320 ficaram feridas.

“Condenamos energicamente o ataque terrorista que causou muitos mártires e feridos entre nossos compatriotas”, declarou Ghani em nota. “Ações covardes como essa não irão abalar a vontade e a determinação das forças de segurança afegãs na luta contra o terrorismo”.

Aparentemente, um carro-bomba dirigido por um terrorista suicida causou a explosão no portão de entrada da DNS, um edifício localizado no bairro central de Puli Mahmud Khan, logo atrás do Palácio Presidencial e a apenas dois quilômetros, em linha reta, do quartel-general da Operação Resolute Support, herdeira da Força Internacional de Apoio à Segurança. Nos dois lados desse complexo estão localizadas as embaixadas da Espanha e dos Estados Unidos. Nenhuma dessas três sedes foi atingida.

Em sua página na internet, o Taliban afirma que seu alvo era o Departamento 10 da DNS, uma unidade encarregada da segurança de ministros e de outros altos funcionários do Governo. O texto diz que vários militantes conseguiram entrar no complexo, permanentemente vigiado. Embora ainda não tenha possível confirmar o fato, as agências de notícias registraram a ocorrência de um tiroteio, que durou cerca de meia hora, após a primeira explosão. O Ministério do Interior confirmou que pelo menos um terrorista foi morto durante o confronto. Imagens divulgadas mais tarde mostram as janelas do edifício da DNS estilhaçadas.

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Trata-se do primeiro grande ataque desde que os insurgentes declararam o início de sua ofensiva de primavera, uma semana atrás, embora não tenha sido o primeiro a ser tentado por eles. Como lembra o analista afegão Bilal Sarwary, nos últimos dias a DNS chegou a desativar, na capital, pelo menos duas ações semelhantes atribuídas à rede Haqqani, um grupo ligado ao Taliban, mas que mantém um comando independente.

A nova ofensiva ocorre apesar dos esforços de Cabul no sentido de se abrirem negociações para por fim ao conflito civil que tem arrasado o Afeganistão. O Taliban tem recuperado força desde a retirada da maioria dos contingentes militares estrangeiros ocorrida no final de 2014. Segundo especialistas, o grupo se encontra em sua melhor situação desde 2001, quando a intervenção dos EUA o tirou do poder. Pelo menos 5.500 soldados e policiais morreram, no ano passado, em combates contra o Taliban, cuja atividade, renovada, gera dúvidas quanto à capacidade das forças afegãs de enfrentá-lo.

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