_
_
_
_

Trailer de ‘Esquadrão Suicida’ mostra porque o filme é um sucesso antes mesmo de estrear

Analisamos quatro detalhes que fazem de ‘Suicide Squad’ um fenômeno

Mais informações
Cena eliminada de Star Wars revela segredo da trama
Iñárritu: “Tenho uma atração pelo intenso”
Transexuais em cena
“Que fermento é esse que colocaram na animação brasileira?”

Pode ser que a crítica e o público não cheguem a consagrá-la, mas neste momento podemos assegurar que Suicide Squad (Esquadrão Suicida) é, antes mesmo de estrear, um enorme sucesso. O filme de David Ayer, baseado em um roteiro da DC Comics, lançou seu primeiro teaser em 13 de julho, durante a Comic Com. Como se costuma dizer nestes casos, viralizou na Internet: virou trending topic, gerou centenas de artigos contra e a favor, e o vídeo acumulou milhões de reproduções no seu canal do Youtube. Em dezembro, a revista Empire publicou um número especial com quatro capas diferentes, retratando vários dos protagonistas. A obsessão por Esquadrão Suicida voltou a se deslocar do papel para a Internet, e centenas de páginas analisaram então o que se poderia esperar do filme com base em algumas poucas fotos. E nesta quarta-feira voltou a acontecer. Já está entre nós o primeiro trailer oficial de Esquadrão Suicida, e o Twitter ferveu durante toda a manhã. A febre por este filme começou antes mesmo de podermos intuir qualquer coisa sobre o seu argumento. Estamos diante de uma estratégia de marketing tremendamente hábil, ou há um interesse real na nova produção da Warner? Analisamos os fatores que fizeram de Esquadrão Suicida a crônica de um sucesso anunciado.

A curiosidade pelo Coringa. Jared Leto assombrou a crítica por sua poderosa interpretação em Clube de Compras Dallas (Jean-Marc Valleé, 2013). O público esperava com ânsia para ver qual seria seu próximo papel, e, quando se confirmou que seria Coringa no filme, o interesse cresceu. O personagem tem uma incrível influência na cultura popular desde que, em meados dos anos 2000, rios de tinta correram após o anúncio de que Heath Ledger tomaria o bastão de Jack Nicholson em O Cavaleiro das Trevas (David Nolan, 2008). A morte prematura de Ledger não fez senão alimentar uma lenda que o próprio Nicholson fomentou. “Eu disse a ele”, declararia o ator de Um Estranho no Ninho. Referia-se dessa forma tão ambígua ao fato de ambos terem conversado sobre o Coringa, e Nicholson ter alertado ao seu predecessor sobre os riscos de aceitar um papel tão sombrio. A lenda negra do Coringa começava a ganhar forma.

Sua hábil apropriação de estéticas alheias. No primeiro trailer vemos Margot Robbie (Arlequina) encerrada numa jaula em um quarto com teto alto. O cenário evoca, inevitavelmente, uma das cenas mais memoráveis de um clássico do terror: O Silêncio dos Inocentes (Jonathan Demme, 1991). Não é a única referência, mais ou menos explícita, que o trailer nos deixa entrever. A própria estética da personagem de Robbie é uma homenagem (ou plágio, segundo a maldade de quem veja) a Debbie Harry. Na hora de conceber a personagem, o diretor desprezou a estética da personagem original (Arlequina, a namorada do Coringa que pudemos ver em uma série de animações nos anos noventa) e optou por uma sessão de fotos da vocalista do Blondie feita no final dos anos sessenta. O resultado foi um sucesso, elogiado pelos próprios criadores da personagem e pelo público-alvo do filme – a fantasia de Arlequina foi a mais procurada no Google na época do Halloween do ano passado. Mas se há um personagem que decalcou seu look de outra esse pessoa é El Diablo. Jay Hernández, o ator que o interpreta, ostenta um rosto tatuado, à imagem e semelhança do modelo e artista canadense Rick Genest, mais conhecido por ser o bailarino que acompanhava Lady Gaga no videoclipe de Born This Way.

Seu jeito diferente de fazer trailers. Se os dois trailers de Esquadrão Suicida vistos até agora se tornaram virais é porque, basicamente, são bons. E diferentes. Aqui não vemos o famoso efeito Origem (esse bruuuum insistente e repetitivo que acompanha cada nova cena do trailer, e que o filme de Nolan popularizou). Seus produtores optaram por uma fórmula arriscada. Se no teaser escolheram uma versão lírica da canção I Started a Joke, dos Bee Gees (atenção à piscadela freak ao personagem de Leto), neste segundo optaram pela superconhecida Bohemian Rapsody, do Queen, que também carrega em sua letra mais de uma referência ao enredo do filme e oferece, com suas mudanças de ritmo e tempo, uma trilha sonora diferente da que costuma acompanhar esse tipo de filme.

A maneira de combinar os ingredientes do sucesso de outros filmes de super-heróis. A saga de Batman relançada por Christopher Nolan mudou as regras do surrado subgênero dos super-heróis. Demonstrou que esses filmes poderiam ter um apelo adulto e atrair outro público além dos adolescentes. Os vários episódios de Homem de Ferro (e, em menor medida, do Homem Aranha de Sam Raimi) comprovaram que o humor pode ser o ingrediente secreto para o sucesso nesses filmes. Esquadrão Suicida joga, pelo menos na forma como se apresenta, com esses dois elementos e se move entre a estética obscura e adulta e o humor mais irônico.

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo

¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?

Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.

¿Por qué estás viendo esto?

Flecha

Tu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.

Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.

En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.

Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_