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Editoriais
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O futuro será decidido em Paris

A cúpula do clima que começa nesta segunda-feira deve levar a acordos que garantam a redução de emissões

Marcha em Ottawa, Canadá, em defesa do meio ambiente.
Marcha em Ottawa, Canadá, em defesa do meio ambiente.PATRICK DOYLE (AFP)

Poucas vezes uma reunião internacional foi tão importante. Do acordo conseguido pelos 195 países reunidos em Paris na Cúpula do Clima, que começa nesta segunda-feira, depende em grande medida o futuro do planeta. A cúpula deveria terminar com um novo acordo para reduzir as emissões de CO2 e outros gases que substitua o protocolo de Kyoto de 1997 e assegure que o aquecimento global não ultrapasse os 2°C até o final do século. Desse limite depende que a mudança climática em curso tenha consequências nocivas, mas controláveis, ou que os efeitos sejam calamitosos.

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Há dados que permitem um otimismo cauteloso. Ao contrário de Copenhague (2009), existe maior consciência global do perigo e um consenso sobre a necessidade de agir urgentemente. Enquanto o protocolo de Kyoto foi assinado por apenas 37 países industrializados — 28 deles da UE — que totalizavam apenas 12% das emissões nocivas, chegam a Paris quase duas centenas de países, tanto industrializados como em desenvolvimento. Entre eles estão também os dois maiores emissores, China e Estados Unidos, que não assinaram Kyoto e agora vêm com planos de redução já comprometidos. Outro avanço, resultado da mudança de metodologia, é que 176 países chegam para a cúpula com objetivos nacionais já estabelecidos.

Apesar de tudo, a cúpula será um fracasso se o novo protocolo que precisa entrar em vigor em 2020 não melhorar esses objetivos: a redução de emissões anunciada é insuficiente para que o aquecimento não seja superior a 2°C. O Protocolo de Kyoto conseguiu reduzir em 22% os gases de efeito estufa nos países signatários, mas as emissões globais continuaram a crescer mais de 24% desde 2000. É vital aumentar as metas de redução e assegurar mecanismos para garantir efetivamente seu cumprimento. Os custos são elevados e os países em desenvolvimento temem que isso estrangule sua capacidade de crescimento. Por isso é importante que os países com maior capacidade contribuam com dinheiro para o fundo ecológico de 100 bilhões de dólares para compensar esses custos. O acordo não é fácil, mas deve ser possível. O futuro do planeta será decidido em Paris.

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