Justiça alemã investiga ex-presidente da Volkswagen por fraude
Montadora substitui chefes de desenvolvimento da Audi, Porshe e VW
![Luis Doncel](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/https%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Farc-authors%2Fprisa%2F64158797-297c-4250-bcf6-df63acefa8c3.jpg?auth=41f0c1c9035a93d745b533997997bf4407c24bdbe30e6578c03fefbc9dadb01f&width=100&height=100&smart=true)
![O ex-presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn.](https://imagenes.elpais.com/resizer/v2/U4LFQ2F2EANVZWHIKF4IKHUH64.jpg?auth=632a2f6aff32094e13d7a54227dae09e06a5423a27aab37f4e868db89eb28524&width=414)
A investigação iniciada na semana passada pela Justiça da Alemanha para esclarecer o caso Volkswagen já tem seu primeiro alvo. A Promotoria de Braunschweig anunciou nesta segunda-feira que está investigando Martin Winterkorn, que comandou a empresa desde 2007 até quarta-feira passada, sobre um possível crime de fraude relacionado à instalação de um software em veículos para burlar os sistemas de controle de emissões de gases poluentes. Enquanto isso, a Volkswagen tenta limpar o nome da marca o mais rápido possível. A montadora substituiu três altos executivos, de acordo com informações divulgadas pela Reuters que a empresa se recusou a comentar.
Mas os esforços da Volkswagen, que elegeu Matthias Müller como novo presidente na sexta-feira passada, não convencem os mercados. O preço das ações da empresa caíram 7,3% nesta segunda-feira. As perdas já superam 35%, desde que explodiu o escândalo do uso do software para fraudar as emissões de gases poluentes nos Estados Unidos na semana passada.
As más notícias têm perseguido o todo-poderoso da Volkswagen. Apesar de resistir o quanto pôde, Winterkorn se viu obrigado a renunciar na quarta-feira passada. Em seguida, afirmou que partia para não prejudicar a empresa, mas disse que nunca soube de nada relacionado à manipulação dos motores a diesel para despistar as autoridades ambientais. Mas, no domingo, foi revelado que, pelo menos duas vezes (em 2007 e 2009), a empresa havia recebido notificações sobre práticas ilegais. E, na segunda-feira, a Promotoria de Braunschweig (cidade da Baixa Saxônia —o Estado Federal é o segundo maior acionista da Volks, com 20% de participação) anunciou que está na cola de Winterkorn.
Na quarta-feira, a Promotoria divulgou um breve comunicado anunciando que iria "se encarregar e examinar todas as denúncias" apresentadas contra a fabricante de automóveis desde que o escândalo foi revelado a fim de identificar os "responsáveis" pela fraude.
Entre as denúncias está a apresentada pela própria montadora contra o responsável pela fraude, sem especificar seu nome, embora a maioria das queixas seja de cidadãos que foram aos tribunais depois que as investigações das autoridades ambientais norte-americanas vieram à tona. A EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA, na sigla em inglês) revelou o truque da Volks para mascarar as emissões de poluentes com a instalação de um software capaz de burlar os controles em 11 milhões de veículos em todo o mundo.
O inquérito será conduzido em paralelo ao aberto pelo Governo alemão, que na semana passada criou uma comissão dentro do Ministério dos Transportes para investigar o caso.
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