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Após escândalo mundial, Ibama vai investigar a Volkswagen no Brasil

Montadora pode ser multada em até 50 milhões de reais caso manipulação de software seja confirmada em carros brasileiros

Martin Winterkorn, ex-CEO da Volkswagen.
Martin Winterkorn, ex-CEO da Volkswagen. MICHELE TANTUSSI (BLOOMBERG)

Após a Volkswagen ter reconhecido que instalou um software para driblar controles de emissões de poluentes de carros nos Estados Unidos, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) decidiu abrir uma investigação contra a montadora para avaliar se a fraude também foi aplicada no Brasil. "Trata-se de um caso gravíssimo", afirmou o órgão por meio de nota.

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Caso seja confirmada a manipulação nos automóveis brasileiros, a Volkswagen poderá ser multada em até 50 milhões de reais e será obrigada a fazer um recall para corrigir todos os veículos que eventualmente tenham sido submetidos à alteração no software.O Ibama informou ainda que cobraria esclarecimentos da empresa nesta sexta-feira. Até o fechamento desta edição, porém, a Volkswagen afirmou que não tinha recebido a notificação.

Há uma semana, a Agência de Proteção Ambiental Americana (EPA)  emitiu um aviso de violação de sua legislação de poluição atmosférica pela Volkswagen AG, pela Audi AG e pelo Grupo Volkswagen da America Inc. A EPA acusou a montadora de instalar, de forma deliberada, um programa desenhado para evitar os limites às emissões de veículos dos EUA. Os testes identificaram que esses veículos, em uso normal, emitem 40 vezes mais poluição do que o máximo permitido pela norma americana, segundo a EPA. A violação se refere a veículos movidos a Diesel de quatro cilindros comercializados pelas montadoras no período de 2009 a 2015.

Os modelos afetados incluem as versões a diesel do Passat, assim como o VW Beetle, o Jetta e o Golf. O Audi A3 também está sendo investigado. No mês passado, os modelos a diesel representaram 23% das vendas da marca VW nos EUA, segundo nota da companhia à imprensa.

Após a descoberta da fraude, a cotação da Volkswagen despencou no início da semana na Bolsa de Frankfurt, chegando ao seu valor mínimo em três anos, com uma queda próxima a 20% durante a jornada – o que representa uma redução de 15,6 bilhões de euros (70 bilhões de reais) no seu valor de mercado. Na quarta-feira, o presidente da montadora desde 2007, Martin Winterkorn, não aguentou a pressão e renunciou ao cargo. "A Volkswagen precisa se renovar, também do ponto de vista pessoal. Estou disposto a abrir o caminho da renovação com minha renúncia", disse Winterkorn em comunicado.

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