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EUA autorizam cruzeiros a Cuba

Carnival Corporation recebe licença para operar viagens de ‘intercâmbio cultural’ para a ilha

Silvia Ayuso
O "Adonia", o primeiro cruzeiro norte-americano que viajará para Cuba
O "Adonia", o primeiro cruzeiro norte-americano que viajará para CubaUncredited (AP)

Os Estados Unidos concederam a primeira licença desde os anos 60 para que uma empresa norte-americana opere cruzeiros para Cuba. O beneficiário é um gigante do setor, a Carnival Corporation, que nesta terça-feira anunciou que a partir de maio de 2016 fará um cruzeiro semanal para a ilha com capacidade para 710 passageiros.

Oficialmente, ainda não é “turismo” –proibido para os norte-americanos em Cuba– uma vez que só poderão viajar sob a etiqueta de “intercâmbio cultural, artístico, religioso ou humanitário”, afirmou a Carnival. Assim a empresa fica resguardada em relação ao cumprimento dos requisitos ainda vigentes nos EUA enquanto o Congresso não levanta a proibição de viajar livremente a Cuba.

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Mas isso permitirá que a maior empresa de cruzeiros do mundo se posicione estrategicamente na ilha, considerada um destino-chave do turismo no Caribe.

E ao mesmo tempo serve para reforçar a crescente pressão não só do Governo de Barack Obama, mas também do setor empresarial, sobre o Congresso para que elimine um dos obstáculos mais controversos do embargo imposto à ilha há mais de quatro décadas, a proibição de viajar livremente a Cuba.

“Isso é uma notícia gigantesca. O Congresso deveria fazer o seu trabalho e acabar com a proibição de viagens”, tuitou imediatamente James Williams, dirigente da Engage Cuba, organização formada por empresas, associações comerciais e grupos da sociedade civil que apoiam a normalização das relações com a ilha. Williams também lidera um comitê de ação política, o New Cuba PAC, que visa angariar fundos para apoiar candidatos ao Congresso favoráveis à nova política em relação à ilha.

Desde fins de janeiro o Congresso tem um projeto de lei bipartidário para levantar uma das mais injuriadas restrições do embargo contra Cuba. A “Lei de Liberdade para Viajar a Cuba 2015” já tem o apoio de 45 senadores, inclusive sete republicanos. Mas ainda não avançou no longo processo legislativo. Na câmara alta, senadores como o republicano Marco Rubio, candidato à presidência, e o democrata Bob Menéndez se opõem ferozmente a qualquer gesto à ilha da qual são oriundos e prometeram até mesmo bloquear a nomeação de um embaixador para Havana se Obama não propuser agora que Cuba e os Estados Unidos se preparem para reabrir embaixadas, no próximo dia 20.

“Mais uma boa notícia sobre Cuba”, comentou o senador Jeff Flake, coautor do projeto de lei para liberar as viagens, ao tomar conhecimento da licença para a Carnival, que se junta às licenças já concedidas a várias empresas de ferry-boats que nos próximos meses também farão pela primeira vez a ligação entre portos norte-americanos e cubanos.

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