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Raúl Castro está disposto a reabrir o quanto antes embaixadas com os EUA

Passo pode ser dado quando Cuba sair da lista de Estados financiadores do terrorismo

Silvia Ayuso
Raúl Castro fala à imprensa após se despedir de François Hollande.
Raúl Castro fala à imprensa após se despedir de François Hollande.Alejandro Ernesto (EFE)

A esperada reabertura de embaixadas em Washington e Havana pode estar mais próxima. Pelo menos isso é o que o presidente cubano Raúl Castro deu a entender na terça-feira. Após se despedir do presidente francês, François Hollande, Castro disse a jornalistas em Havana que assim que Cuba sair definitivamente da lista de Estados financiadores do terrorismo dos Estados Unidos, então “poderemos nomear embaixadores”.

A data chave é 29 de maio. Neste dia cumprem-se os 45 dias de espera estipulados desde que o presidente norte-americano, Barack Obama, notificou ao Congresso em 14 de abril sua decisão de recomendar a saída de Cuba da lista negra do Departamento de Estado, uma das demandas fundamentais de Havana no processo de normalização de relações iniciado em 17 de dezembro. Se o Congresso ainda não agiu para tentar impedir esse passo – e até agora não existe nenhum sinal de que esteja sequer pensando em fazê-lo – então Cuba automaticamente sairá dessa lista dia 29.

O certo é que as palavras do presidente cubano não implicam uma data fechada. Mas levando em consideração que até agora Havana parece ter menos pressa do que Washington em dar esse passo, é significativo que Castro tenha mencionado o tema com uma data tão concreta.

Ainda assim, Castro deixou claro que ainda restam aspectos que preocupam Havana na negociação, como o treinamento “ilegal” de dissidentes que afirma ser realizado pela Seção de Interesses dos EUA em Cuba, destacou a Reuters.

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A realização de atividades não estritamente diplomáticas nas respectivas seções de interesses em Washington e Havana tem sido uma acusação recorrente dos dois Governos, que também discutiram pela restrição de movimentos que seus diplomatas sofrem em ambos os países.

Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado Jeff Rathke também se mostrou cauteloso. Rathke disse que o intercâmbio de embaixadores “seria o passo lógico seguinte”, mas frisou que ainda não foi fixada uma data concreta para isso e que as negociações continuam em andamento.

Castro, por sua vez, frisou que o restabelecimento de relações diplomáticas não significa a normalização total dos laços bilaterais. Para isso, reiterou o presidente cubano, “é preciso acabar com o bloqueio e a base de Guantánamo deve ser devolvida”, disse a agência cubana Prensa Latina.

Washington também continua tendo suas reservas, como lembrou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest. “Manifestamos frequentemente, tanto em público como no privado, a preocupação que temos com o Governo cubano e a frequência com que este desrespeita os direitos humanos universais básicos de seu povo”, lembrou.

Dito isso, as duas partes voltaram a frisar na terça-feira o interesse em continuar as negociações iniciadas formalmente em janeiro em Havana. Além do histórico encontro entre Obama e Castro no Panamá em abril, até agora foram realizados três encontros de alto escalão, dois na capital cubana e outro em Washington, que é onde a próxima reunião deverá ser realizada, para a qual ainda não foi anunciada uma data concreta. Earnest indicou que “antes do fim de maio” serão planejadas “conversas adicionais”, ainda que não tenha especificado se estas serão o quarto encontro central ou alguns dos diálogos sobre temas específicos – como tecnologia, aviação civil ou imigração – que Washington e Havana também mantêm paralelamente.

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