Vozes da oposição pedem a López que pare greve de fome
Líder venezuelano, preso há um ano, está em condição delicada, após 27 dias sem comer
Há 27 dias o líder de oposição na Venezuela Leopoldo López começou uma greve de fome para exigir a libertação dos presos políticos. Sua mulher, Lilian Tintori, disse na sexta-feira que a situação da saúde dele era delicada e pediu ao Governo que permitisse um exame por seu médico de confiança, mas ele não pôde entrar na prisão.
“Leopoldo pode estar com complicações no coração, fígado e rins, o que só pode ser diagnosticado por seu médico de confiança”, disse Tintori após reunião com a Promotora Geral, Luisa Ortega Díaz. A promotora, segundo Tintori, autorizou a visita do médico pessoal de López, mas ao chegar à prisão de Ramo Verde, onde está detido, só deixaram entrar os dois médicos enviados pelo Ministério Público. López se negou a ser avaliado por eles.
O líder de oposição está há mais de um ano atrás das grades, enquanto se desenrola seu julgamento, sob a acusação de ser responsável pela violência desencadeada nos protestos contra o Governo de Nicolás Maduro no ano passado, que deixou um saldo de 43 mortes. Além de López, há outros 77 presos em razão dos protestos violentos, entre eles Daniel Ceballos, prefeito da cidade de San Cristóbal. Ceballos começou junto com López a greve de fome, mas parou-a depois de ser levado para uma prisão comum de Caracas e perceber que sua saúde estava em risco. López decidiu continuar, e foram aderindo outros militantes e estudantes simpatizantes de seu partido, o Vontade Popular. Dizem que mais de 80 já adotaram esta forma de protesto.
Alguns deles foram, de máscara cirúrgica e em cadeiras de rodas, a uma concentração ao meio-dia deste sábado na praça Martí, em Caracas, o local no qual López se entregou às autoridades em fevereiro de 2014. Naquele dia milhares de pessoas saíram às ruas para apoiá-lo, mas neste sábado havia muito menos gente. O baixo comparecimento e a pouca utilidade da greve de fome como mecanismo de pressão eram alvo de comentários entre os que estavam presentes. “É algo elevado demais para o regime. É preciso mudar para outros meios”, disse a ex-juíza do Supremo Tribunal Supremo de Justiça Blanca Rosa Mármol de León.
Ana Armas, uma corretora de imóveis que empunhava uma bandeira gigante, lembrou o que aconteceu com Franklin Brito, um venezuelano que enfrentou o Governo por um conflito de terras e que, depois de seis greves de fome, morreu em 2010 sem conseguir o que queria. “Sei que é uma questão de dignidade e o respeito, mas a greve de fome é uma coisa que não vai mudar nada neste Governo”, disse.
Porta-vozes do Governo, mas também líderes da oposição, entre os quais o prefeito metropolitano, Antonio Ledezma, que está em prisão domiciliar, pediram a López que suspendesse a greve de fome. Mas Tintori, que fala por seu marido, respondeu em seu nome por um alto-falante durante a concentração: “Se querem que a greve pela liberdade seja suspensa, libertem os presos políticos e marquem data para a eleição”. Além disso, afirmou que responsabilizava o Governo por qualquer coisa que acontecesse com seu marido e com os outros que mantêm o protesto.
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