Por que ‘não’ significa ‘não’, explicado com uma xícara de chá
Um vídeo viral chama a atenção para o abuso usando desenhos animados
Parece fácil de entender: sim significa sim; não significa não; e às vezes se pode mudar de ideia. Pois não é tão fácil assim para alguns. Rockstar Dinosaur Pirate Princess, uma blogueira britânica, trabalhou com a produtora Blue Seat Studios para tentar explicar de uma vez por todas a necessidade de consentimento prévio para ter relações sexuais. Para evitar mal-entendidos, recorreu a uma metáfora simples e a desenhos animados. Chá e consentimento explica uma vez mais por que não devemos forçar homens e mulheres a ter sexo se não querem, recorrendo à preparação de um chá.
A premissa é simples: você prepara uma xícara, se o seu acompanhante diz que sim, ofereça-a a ele. Se disser que não, não o obrigue. Se inicialmente aceitou, mas depois hesitou, não o force. Se à noite queria e de manhã não, não insista. Se estiver inconsciente, nem tente. Se em um momento de consciência assentiu e em seguida desmaiou, não continue. Por pueril que a metáfora possa parecer, isto é, se não ocorre a ninguém forçar outra pessoa a beber quando não quer ou não pode, por que é tão complicado transferir isso para o sexo? “Essa simples explicação”, como os próprios autores reconhecem, dura pouco mais de dois minutos e sua primeira versão em inglês, publicada na plataforma Vimeo, acumula mais de 2.500.00 de visualizações.
A ideia surgiu em março, quando Rockstar Dinosaur Pirate Princess publicou um post em seu blog no qual não falava apenas de preparar o chá, mas também aproveitava o debate provocado pela estreia de 50 Tons de Cinza, sadomasoquismo e consentimento para contextualizar qual é a situação na Grã-Bretanha. A blogueira conta como nas universidades inglesas essas situações estão sendo reguladas, explica um caso de abuso sexual que criou jurisprudência no país e chama a atenção para outros acontecimentos desse tipo, como quando o político progressista que defendeu Julian Assange das acusações de estupro disse que não houve abuso, pois estava no meio das preliminares. O post foi compartilhado mais de 3.000 vezes no Twitter e 10.000 no Facebook antes que a blogueira, diante do sucesso, decidisse colocar a analogia entre o chá e o consentimento em um vídeo.
Em seguida, o vídeo foi replicado por vários meios de comunicação, incluindo a edição norte-americana de The Huffington Post. Nos Estados Unidos, as mulheres entre 18 e 24 anos são as mais suscetíveis à violência sexual, de acordo com um relatório do Departamento de Justiça apresentado pelo diário. A maior parte desses abusos é cometida por homens que elas conhecem e, no caso das estudantes universitárias, os assédios não são denunciados ou investigados, como o caso de uma estudante da Universidade Columbia, em Nova York. Emma Sulkowicz decidiu levar o colchão em que um colega a tinha violado aonde quer que tivesse de ir para chamar a atenção da instituição e para que seu agressor fosse expulso.
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