_
_
_
_
_

Promotora diz que González não pode defender oposicionistas venezuelanos

Díaz alerta que as leis impedem o ex-chefe do governo espanhol de participar do processo

O ex-chefe do Governo espanhol Felipe González em janeiro.
O ex-chefe do Governo espanhol Felipe González em janeiro.RAÚL CARO (EFE)

A promotora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, assegurou no domingo que o ex-chefe do governo Felipe González não pode incorporar-se à defesa do oposicionista venezuelano Leopoldo López, que está sendo julgado como o principal incentivador dos protestos ocorridos entre fevereiro e junho de 2014 contra o regime de Nicolás Maduro.

A postura de Ortega Díaz, cujo gabinete responde às ordens do Executivo venezuelano, vem da interpretação do Código Orgânico Processual Penal (COOP) e a Lei do Exercício das Profissões no país. “Não é possível que venham pessoas do exterior como consultores técnicos para a defesa de um detido. Não é possível porque não cabe na ordem jurídica”, reiterou em um programa de televisão local de Caracas. Em todo caso, essa postura choca-se com a interpretação dos representantes legais de López e do próprio González, que comentou que a ordem jurídica vigente faculta aos defensores a incorporação na equipe de assessores técnicos não importando a nacionalidade.

No sábado Maduro deu um passo atrás em sua polêmica com a Espanha ao procurar uma saída para a normalização das relações diplomáticas, afetadas pelas acusações feitas por Caracas sobre a suposta intervenção de Madri nos assuntos internos da Venezuela. “Aqui está minha mão, Rajoy”, disse o presidente venezuelano, com o olhar posto na futura reunião entre os países da América Latina e Europa. O chefe de Estado venezuelano recebeu bem as declarações da vice-presidente Soraya Sáenz de Santamaría, que assegurou na sexta-feira que Madri está disposta a dialogar com Caracas sobre a base do respeito mútuo e à margem das profundas diferenças que mantêm.

Mais informações
“Vetar Felipe González seria um tiro no pé na imagem da Venezuela”
Governo espanhol chama para consultas seu embaixador em Caracas
Venezuela declara ex-premiê espanhol uma persona ‘non grata’ no país
Mudança eleitoral deve complicar a vitória da oposição na Venezuela

O presidente do Governo da Espanha recebeu as esposas dos oposicionistas venezuelanos Leopoldo López e Antonio Ledezma, um gesto que não caiu nada bem em Caracas. O apoio da maioria dos deputados espanhóis à causa de ambos terminou por quebrar as já precárias relações entre os dois países. Desde a semana passada o representante de Madri em Caracas, José Antonio Pérez Hernández y Torra, retornou à Espanha chamado para consultas pela chancelaria.

Mais informações

Arquivado Em

Recomendaciones EL PAÍS
Recomendaciones EL PAÍS
_
_