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Cem dias tumultuados de segundo mandato, e uma semana ainda pior

Ratos em CPI são detalhe após Governo do PT deixar passar projeto "contra trabalhadores"

Rodolfo Borges
Roedores se reúnem durante audiência da CPI.
Roedores se reúnem durante audiência da CPI.Luis Macedo (Câmara)

Uma comitiva de hamsters, esquilos-da-mongólia e camundongos compareceu na manhã desta quinta-feira à audiência da CPI da Petrobras convocada para ouvir o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto. A exemplo de alguns dos convocados a prestar esclarecimentos sobre desvios na maior estatal do país, os bichinhos não responderam a perguntas dos parlamentares, mas seu protesto (ou seja lá o que foram fazer no plenário) causou comoção.

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Mesmo calados e por apenas alguns minutos na sala, os roedores conseguiram causar mais estrago (pelo menos efetivo) que o revelador depoimento do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, pois levaram à demissão do servidor da Câmara Márcio Martins de Oliveira, responsável por soltá-los no recinto — Oliveira também entrou e saiu calado. E, apesar do barulho, a passagem dos camundongos pelo Congresso Nacional não foi o fato mais surpreendente da semana em que a presidente Dilma Rousseff completa 100 dias de segundo mandato.

Na terça-feira, após uma série sem precedentes, no melhor estilo “nunca antes na história deste país”, de derrotas no Congresso Nacional, a presidenta Dilma Rousseff entregou ao seu vice, Michel Temer, a articulação política de seu Governo. Dois dias depois, Temer se reuniu com o antecessor de Dilma e ouviu do ex-presidente Lula o que poderia ter ouvido de um presidente em exercício: "Delicadamente, ele disse que talvez eu me saia bem".

Como a condução econômica do Palácio do Planalto já havia sido entregue ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobrou à presidenta tempo para demitir por duas vez em poucas horas, na quarta-feira, o ministro Pepe Vargas. O petista assume a Secretaria de Direitos Humanos após uma constrangedora coletiva de imprensa e é o quinto ministro a trocar de cargo após Dilma negar a intenção de conduzir uma reforma ministerial.

Enquanto isso, no Congresso Nacional, a base de um Governo comandado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) aprovava, em peso, um projeto de lei que, segundo os próprios parlamentares do PT, retira direitos dos trabalhadores. A maior preocupação do ministro da Fazenda desse mesmo Governo, contudo, é garantir que a regulamentação da terceirização não reduza a arrecadação dos cofres públicos e, como consequência, prejudique o ajuste fiscal de um Governo que gastou demais. Ou seja, os ratos são um detalhe.

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