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A pior cheia da história do Acre

Ao menos 4.000 pessoas estão desabrigadas e governador crê que situação pode piorar

Marina Rossi
A cheia do rio Acre afetou diversos municípios.
A cheia do rio Acre afetou diversos municípios.Secom/Acre

Ao menos 4.000 pessoas estão desabrigadas em seis municípios do Acre, incluindo a capital Rio Branco, na maior cheia da história do rio que leva o mesmo nome do Estado. “Em Rio Branco, onde 2.000 pessoas já estão desabrigadas, a tendência é que a situação piore nos próximos dias”, disse o governador Tião Viana (PT), por telefone. Isso porque o rio Acre, que nasce no Peru, atravessa o Estado e corta a capital. Com as chuvas incessantes, a cidade expõe mais pessoas ao risco.

A situação levou o governador a lançar um alerta aos potenciais imigrantes haitianos, que usam o Acre como entrada preferencial ao Brasil. Desde 2010, quando o Haiti sofreu um terremoto, mais de 25.000 haitianos passaram pelo Estado. “É um momento inoportuno para virem agora”, disse Viana. “Pedi que, se vierem, que saiam de Porto Príncipe com visto para o Brasil e que venham para qualquer outro Estado do país.”

A chuva que cai sobre o Estado tem feito o rio Acre subir seis centímetros por hora, atingindo a marca de 15 metros. Por enquanto, os municípios atingidos pela cheia são Brasiléia – cidade por onde os imigrantes normalmente entram no Brasil -, Assis Brasil, Xapuri, Tarauacá, Epitaciolândia e a capital, Rio Branco. Juntas, as cidades somam mais de de 440.000 habitantes, sendo que 4.000 estão desabrigados e outros milhares sem energia elétrica, distribuição de água e comunicação.

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Nesta terça-feira, o governador encaminhou uma carta à presidenta Dilma Rousseff solicitando ajuda do Governo Federal. "Pedi para que o Governo alerte os haitianos que vierem ao Brasil que venham por outros Estados", disse Viana. "Já gastamos mais de 16 milhões de reais com ajuda humanitária."

Viana pediu ao Governo Federal a construção de 1.000 casas pelo programa Minha Casa Minha Vida, para remediar parte dos desabrigados. Segundo o governador, as cidades de Iñapari, no Peru, e Cobija, na Bolívia, estão em uma situação parecida à dos municípios acrianos, devido à cheia do rio.

Rio Madeira

No início do ano passado, a cheia do Rio Madeira, em Rondônia, deixou o Estado do Acre isolado. Isso porque parte do rio corre nas margens da BR-364, única estrada que liga o Acre ao resto do país. Na época, o rio ultrapassou a marca de 18 metros, e o Estado ficou sem combustível e alimentos. Foram anunciadas obras de infraestrutura, como a construção da Ponte do Rio Madeira e a recuperação da estrada.

Desde então, a Companhia de Pesquisa de Recursos Mineiras (CPRM) tem medido semanalmente o nível do Rio Madeira para saber se a rodovia ficará novamente submersa. Nesta segunda-feira, o nível estava em 16,22 metros, sendo que a média histórica para esse período é de 14,41 metros. Apesar disso, segundo informou o site G1, o engenheiro hidrólogo Francisco Reis afirmou que o rio “variou pouco e está estável”.

Segundo o governador Tião Viana, A Agência Nacional de Água (ANA) prevê que neste ano não haverá o mesmo nível de alagamentos do ano passado. “A previsão, porém, é que o nível do rio suba nos próximos dias”, disse Viana.

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