Santo Google, faça chover
Buscas por “caminhão pipa”, “preço água” ou “comprar água” batem recordes na Internet Procura por orações para atrair chuva se multiplica e Minas Gerais lidera o ranking
Perdidos ante a possibilidade de ficar sem água, muitos brasileiros escavam a internet à procura de soluções para aliviar sua sede de informação. As pesquisas vão de soluções práticas e emergenciais, como os caminhões-pipa, a orações que revertam a pontaria de São Pedro.
De acordo com um levantamento sobre as palavras procuradas no Google, as buscas por "crise hídrica", "caminhão pipa", "preço água" e "comprar água" estão batendo recordes no país e são mais digitadas que nunca. Esse “nunca” é 2004, quando a companhia começou a medir as inquietudes de seus internautas.
“Neste janeiro buscamos em média 3,6 vezes mais por "caminhão pipa"; 2,7 vezes mais por "preço agua"; e 2,8 vezes mais por "comprar água", segundo uma porta-voz da empresa. Em São Paulo esses números dispararam. O “caminhão-pipa”, uma busca pouco representativa até agora, é cinco vezes mais frequente do que na média histórica do Estado. O Google não divulga números absolutos de buscas, apenas essas comparações de médias históricas.
Outro recorde de buscas apela ao espiritual: o brasileiro está procurando no buscador orações para atrair chuvas. Entre eles pode estar o arcebispo de Belo Horizonte, D. Walmor Oliveira de Azevedo, que pediu nesta terça aos fiéis que rezem para chover. O padre recomendou a primeira opção que o buscador dá aos consumidores mais carolas: uma oração atribuída ao Papa Paulo VI pedindo água para Deus. Minas Gerais, precisamente, é o Estado que lidera estas buscas, seguido de São Paulo e Rio de Janeiro.
O racionamento de água também preocupa os internautas paulistas desde o ano passado, mas o pico mais alto, desde 2004, chegou após Paulo Massato, diretor Metropolitano da Sabesp assumir no dia 27 de janeiro a possibilidade de um racionamento severo de cinco dias sem água por semana. Outros picos aparecem na curva nacional, provavelmente relativos à crises em outros Estados. São Paulo lidera o ranking, seguido por Minas Gerais e Pernambuco.
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