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Acidente aéreo

Pilotos do avião de Campos não tinham formação adequada, diz FAB

Investigação do acidente apontou também que foi feito um trajeto diferente do previsto

Gil Alessi
Perito no local do acidente, em Santos, em agosto de 2014.
Perito no local do acidente, em Santos, em agosto de 2014.NELSON ALMEIDA (AFP)

Marcos Martins e Geraldo Magela Barbosa da Cunha, que pilotavam o avião em que viajava o ex-candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB), morto na queda da aeronave em agosto de 2014, não tinham treinamento para voar aquele modelo de jato. De acordo com dados preliminares divulgados pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB), nesta segunda-feira (26), eles estavam certificados para voar o Cessna 560, mas não o Cessna 560 XL+, que pilotavam.

O brigadeiro do ar Dilton José Schuck, chefe da Cenipa, afirmou que desde 2009 o órgão fiscalizador dos Estados Unidos exige um curso de transição para que pilotos e copilotos pudessem voar a versão atualizada da aeronave, o XL+. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) adotou a norma em junho de 2014, meses antes da tragédia.

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No caso do comandante, seria necessário um complemento [para poder voar o XL+], e, do copiloto, um treino completo”, informou o tenente-coronel Raul de Souza, que no entanto afirmou não poder dizer ainda se a falta deste treinamento foi responsável de alguma maneira pela queda do avião: "A gente não pode afirmar que houve falha humana”.

Segundo as investigações, o piloto fez um trajeto diferente do previsto na carta no momento da tentativa de pouso. “A gente não pode concluir que ele tenha feito um 'atalho', mas temos certeza de que ele fez um procedimento diferente do que estava previsto”, afirmou Souza. “Pode ser que isso tenha sido um fator contribuinte. Ainda estamos interpretando os dados, temos dúvida se isso contribuiu ou não. Ele não seguiu o caminho recomendado”

O brigadeiro informou que até o momento não foi identificada nenhuma falha técnica na aeronave. Segundo a Cenipa, as únicas hipóteses que foram descartadas pela investigação foram colisões com aves, veículos não tripulados e outros objetos no ar. A apuração também descartou incêndio na aeronave antes da queda.

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