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Desastre Aéreo

Aeronáutica aponta falhas de piloto em acidente de Campos, diz jornal

Sequência de erros e falta de treinamento teriam levado à queda de aeronave Relatório afirma que comandante sofreu uma "desorientação espacial"

Eduardo Campos morreu aos 49 anos em acidente aéreo.
Eduardo Campos morreu aos 49 anos em acidente aéreo.Fernando Bizerra Jr. (EFE)

Investigação da Aeronáutica concluiu que o acidente que matou o então candidato do PSB à Presidência Eduardo Campos foi causado por uma sequência de falhas do piloto da aeronave, Marcos Martins, segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo publicada nesta sexta-feira. As investigações devem começar a ser divulgadas em fevereiro.

De acordo com o jornal, ao se ver obrigado a abortar o pouso e arremeter bruscamente, o piloto operou os aparelhos da aeronave em desacordo com as recomendações do fabricante e acabou sofrendo o que é tecnicamente descrito como "desorientação espacial" –quando o piloto deixa de ter noção da posição do avião em relação ao solo, não sabe se está voando para cima, para baixo, em posição legal, de lado ou ponta cabeça.

A publicação explica que as conclusões da Aeronáutica basearam-se na análise dos dados dos últimos segundos do voo, que mostram que o avião se inclinou em um ângulo de 70 graus e em potência máxima, como se o piloto acelerasse em um movimento de subida, quando, na verdade estava voando para baixo, rumo ao solo.

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O desastre aéreo ocorreu no dia 13 de agosto do ano passado, quando o Cessna 560 XL saiu do aeroporto de Santos Dumont, no Rio de Janeiro, rumo à Base Aérea de Santas, no Guarujá, em São Paulo. A aeronave caiu em Santos, no bairro Boqueirão. Além de Eduardo Campos, morreram quatro assessores dele, o piloto e o copiloto Geraldo Magela Barbosa.

Na última comunicação feita com sucesso com a torre de controle de Santos (72 km de São Paulo), o copiloto da aeronave confirmou que o avião iria arremeter. A manobra era necessária por causa do mau tempo no local –havia chuva, vento e visibilidade baixa.

Ainda segundo a reportagem, não foi encontrada falha técnica no avião. As duas turbinas foram avaliadas e não apresentavam nenhum problema. A caixa-preta de voz não pôde ser utilizada para as conclusões finais já que não estava ligada e não registrou conversas no voo.

Os investigadores da Aeronáutica, diz o jornal, afirmam também que o piloto não estava treinado para pilotar aquele modelo de aeronave, o Cessna 560 XL, e não tinha participado de práticas no simulador.Conforme apurado pelos investigadores, a relação entre os dois pilotos não era boa.

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