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Dilma promete mudanças do novo Governo antes do fim do ano

Na TV, presidenta diz que é preciso “esperar o mercado acalmar” Ela promete que não vai deixar passar a acusação sobre escândalo da Petrobras

Rousseff concede entrevista no Palácio da Alvorada.
Rousseff concede entrevista no Palácio da Alvorada.Roberto Stuckert Filho (PR)

Um dia depois de ser reeleita na mais acirrada das eleições democráticas brasileiras, a presidenta Dilma Rousseff concedeu duas entrevistas ao vivo na TV para dizer que seu segundo mandato será pautado pelo diálogo, inclusive com o mercado financeiro. Sem detalhar qualquer das prometidas mudanças que fará para comandar o país durante os próximos quatro anos, a presidenta afastou as especulações de que deve escolher o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para comandar o novo Ministério da Fazenda e prometeu que, apesar das expectativas pessimistas, em 2015 “o Brasil vai estar melhor do que está hoje”.

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Questionada sobre a brusca queda da bolsa de valores brasileira no dia seguinte a sua eleição, Rousseff preferiu olhar para o exterior e pregar tranquilidade. “As bolsas americanas caíram, as [bolsas] europeias caíram, e o mundo está enfrentando muitas dificuldades. Aqui no Brasil, [as bolsa] caiu mais, mas as medidas [para melhorar a economia] serão objeto de um amplo diálogo em todos os setores. Não se trata de fazer uma lista de medidas. O caminho é de abertura de um diálogo. Temos de esperar o mercado se acalmar”, disse na primeira das entrevistas da noite desta segunda-feira, concedida ao Jornal da Record.

Depois de dizer que não acredita na possibilidade de um ‘terceiro turno’ conduzido pela oposição derrotada nas urnas, a presidente se comprometeu a investigar o escândalo da Petrobras, “doa a quem doer”. A presidenta, que prometeu não deixar “pedra sobre pedra” na apuração dos ilícitos, aproveitou para manifestar indignação “com o que fizeram nesta última semana de campanha”, referindo-se às denúncias publicadas na imprensa que a ligavam aos esquemas da Petrobras. “Não vou deixar essa acusação, passada a eleição. Vou me empenhar ainda mais para que isso seja revelado, entendido, e que fique claro quem são os responsáveis”, disse, emendando outra crítica aos veículos de comunicação, que, segundo ela, não teriam dado a atenção necessária à crise hídrica do Estado de São Paulo, onde o governador Geraldo Alckmin, do oposicionista PSDB, foi reeleito. “Em São Paulo, estamos enfrentando a maior crise de água. Até as vésperas do primeiro turno, ninguém tocava neste assunto. Se fosse com qualquer Governo da situação, nós seriamos criticados diuturna e noturnamente. Me explica como e por que uma crise daquela proporção não se reflete numa campanha eleitoral. Só posso concluir que é pelo fato de ela não ter sido iluminada. Acho que não houve informação correta à população de São Paulo”, comentou.

Meia hora mais tarde, em entrevista transmitida pelo Jornal Nacional, da Rede Globo, Rousseff reforçou seu pedido por unidade, feito logo no primeiro discurso pós-eleição, e reafirmou a intenção de promover um plebiscito para conduzir uma reforma política. Citando entidades como a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e movimentos sociais, a presidenta disse que recebeu um manifesto com mais de cinco milhões de assinaturas propondo “um processo de consulta popular, que é essencial para se fazer uma reforma politica”. Mais uma vez confrontada com as denúncias de corrupção em seu Governo, a presidenta  disse que quem errou tem de ser punido e que não teme uma futura instabilidade política “por prender e condenar corruptores”.

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