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Explosão de bomba caseira mata uma pessoa na capital do Chile

Homem de 29 anos teria manipulado o artefato explosivo que detonou no centro de Santiago

Rocío Montes
Policial examina local onde nova bomba explodiu.
Policial examina local onde nova bomba explodiu.AFP (M. BERNETTI)

Um homem de 29 anos morreu na madrugada desta quinta-feira vítima de uma nova explosão no centro de Santiago, no Chile. A Promotoria disse acreditar que o sujeito, que ainda não foi identificado, manipulava o artefato explosivo de fabricação caseira, que detonou por volta de 1h (no horário de Brasília), no tradicional bairro de Yungay. De acordo com os médicos que o atenderam pouco depois do ocorrido, no Hospital de Urgência da Assistência Pública da capital chilena, para onde ele foi levado gravemente ferido e com queimaduras em todo o corpo, a explosão amputou sua mão direita e feriu seu tronco e cabeça. “Não conseguimos levá-lo para dentro do prédio”, disse o médico Mario Henríquez.

Esta é a segunda morte no país por conta de uma bomba desde o primeiro caso, ocorrido em 2005, dos mais de 300 artefatos explosivos que estouraram no país sul-americano. Em maio de 2009, um jovem anarquista de 27 anos, Mauricio Morales, morreu após a explosão de uma bomba que ele iria colocar nos arredores da Escola de Policiais de Santiago. A morte da madrugada de quinta, entretanto, ocorreu em um contexto diferente: os atentados terroristas voltaram a acontecer em 2014, com mais de 30 ataques, e o problema se transformou em uma prioridade para o Governo, o Ministério Público e a polícia, sobretudo logo depois da explosão em 8 de setembro, em um centro comercial, que deixou 14 feridos.

O Governo apelou para a Lei Antiterrorista por conta dessa explosão, que ocorreu próxima à estação de metrô Escola Militar, em um horário de grande movimento de pessoas. Em 28 de setembro, a polícia deteve três suspeitos – Juan Flores (22), Nataly Casanova (26) e Guillermo Durán (25) –, indiciados formalmente pela Promotoria na terça-feira. Os dois primeiros estão sob prisão preventiva – Flores estaria envolvido em pelo menos quatro ataques em 2014 –, enquanto Durán está sob prisão domiciliar noturna e impedido de sair do país.

A morte da madrugada de quinta no bairro de Yungay aconteceu, justamente, durante a investigação contra essa célula anarquista, catalogada pela Promotoria como “compacta e hermética”. Ainda não se sabe se o homem que morreu era o autor do artefato explosivo ou apenas alguém que encontrou a bomba.

A Presidenta Michelle Bachelet, de Nova York, onde participa da Assembleia Geral das Nações Unidas, disse se tratar de um fato “lamentável”. Em referência a esse novo ataque, a socialista disse que nada enfraquecerá o esforço de seu Governo para investigar e punir os atentados.

“Continuaremos fazendo todas as investigações e tomando todas as medidas preventivas para conseguir que nossos compatriotas vivam em um clima de paz e tranquilidade”, afirmou. E reiterou o que disse para os líderes mundiais na ONU: “São atos terroristas, mas isolados. O Chile continua sendo um país seguro e estável”.

Em Santiago, o ministro do Interior, Rodrigo Peñailillo, afirmou que “esse é um problema que vem ocorrendo há dez anos, quando trezentos artefatos explosivos foram colocados. Portanto, é um assunto de Estado, de todo um país, não somente de um Governo. No mandato anterior – de Sebastián Piñera –, ocorreram mais de 142 atentados”. O vice-presidente disse que está trabalhando para reformular a atual lei Antiterrorista, modernizar os órgãos de inteligência e, como informou a Promotoria, informou que a bomba da madrugada de quinta-feira não é muito semelhante às quatro pelas quais Juan Flores foi indiciado.

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