Dilma e Marina protagonizam confronto direto no segundo debate presidencial
A presidenta questionou a candidata do PSB sobre os caminhos para cumprir suas promessas Temática econômica domina o encontro dos presidenciáveis
As duas candidatas que lideram as pesquisas eleitorais, Dilma Rousseff, do PT, e Marina Silva, do PSB, partiram para o confronto direto durante o debate organizado nesta segunda-feira pelo SBT e o portal UOL, Jovem Pan e Folha de S.Paulo. Com uma postura mais incisiva que no debate da semana passada, exibido pela TV Bandeirantes, a presidenta Rousseff tentou desqualificar algumas propostas da sua adversária. Ela perguntou de que forma Marina cumpriria as promessas de destinar 10% do PIB, outros 10% para saúde, além de mais dinheiro para municípios. Promessas estas que custariam 140 bilhões de reais. “De onde a senhora vai arranjar esse dinheiro?”.
Silva devolveu que não tinha feito promessas, mas assumido compromissos, que seriam cumpridos com mais eficiência nos gastos públicos. “Hoje nós temos um desperdício muito grande dos recursos públicos, inclusive em projetos que estão desencontrados”, ponderou. Rousseff aproveitou a tréplica para dizer que Marina falava, sem responder à pergunta de onde viria o dinheiro. A socialista não fugiu do script esperado e resgatou as manifestações de junho para lembrar que a população paga um preço alto por serviços públicos de baixa qualidade.
Em outra oportunidade, Rousseff perguntou à candidata do PSB por que não havia nenhuma menção em seu programa de governo à reserva de petróleo da camada do pré-sal. Marina respondeu que não deve se concentrar apenas nessa fonte de energia. “O mundo inteiro está numa corrida na busca de novas fontes de energia”, disse Marina, citando, por exemplo a geração de biomassa, de energia eólica, solar. “Nós queremos combinar as duas coisas”, completou Marina, que aproveitou a deixa para criticar a gestão da Petrobras.
A pessebista também perguntou à presidenta o que deu errado em seu governo para que hoje se viva uma situação em que de cada cinco famílias, três estão endividadas. Rousseff respondeu que havia tirado 36 milhões de pessoas da miséria, e 46 milhões haviam ascendido na escala social. E voltou à carga para tentar colar em Marina um rótulo de contradições na sua ideia de política macroeconômica, que teriam “uma forma de visão que é para desempregar, para arrochar, para aumentar preço de tarifa e para aumentar impostos. E ao mesmo tempo defender políticas sociais. Isso não cabe”, provocou. A menção a uma eventual política econômica que levaria a perdas na área social foi uma tentativa de ressaltar o receituário neoliberal do programa de Governo de Marina.
Coube à candidata Luciana Genro, do PSOL, perguntar diretamente se o receituário anunciado por Marina, preparado com ajuda de economistas tucanos, não a colocava como “a segunda via do PSDB”. A socialista saiu pela tangente ao responder que reconhece os avanços do Governo de Fernando Henrique Cardoso, que cuidou da estabilidade da moeda, negligenciada pelo Governo de Rousseff, e que pretendia manter as conquistas da política social do presidente Lula. “Sem crescimento, sem estabilidade econômica, com a volta da inflação, não tem como fazer a saúde, a educação, a segurança pública, a mobilidade, ficarem melhor na vida dos brasileiros e esse é o esforço que nós queremos fazer, parar de fulanizar as conquistas”, explicou.
Aécio Neves, que está em terceiro lugar nas pesquisas, manteve a estratégia de atacar o Governo de Dilma Rousseff pelo lado da economia. Ele lembrou o quadro de “recessão técnica” para perguntar ao candidato do PV, Eduardo Jorge, se ele acreditava que o atual governo fracassou na continuação da política econômica do país depois de doze anos. Jorge, que tem se mostrado à vontade para responder e provocar seus adversários, insinuou que tanto o PT quanto o PSDB tinham optado por controlar a inflação com a “Bolsa Selic”, ironizando a alta de juros que beneficia o setor financeiro. Neves só fez menção a Marina nas considerações finais, quando disse que “Marina não supera as contradições que vem em seu projeto que defende teses que ate pouco tempo combatia”.
Durante o debate, que teve duração de cerca de uma hora e meia, nem Aécio Neves nem Dilma Rousseff questionaram sua principal adversária sobre o recuo no seu programa político na questão dos direitos para homossexuais. O programa foi alterado menos de 24 horas depois, quando lideranças evangélicas criticaram a posição do PSB para o assunto. Somente Luciana Genro perguntou para Marina sobre a temática, que reafirmou se tratar de um erro. “Foi em função de um erro que a equipe do programa de governo fez no processo. Nós defendemos as liberdades individuais e queremos combater toda e qualquer forma de discriminação a quem quer que seja”, afirmou.
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