Adversários tentarão desconstruir Marina, mas sucesso não é garantido
Para especialistas, as campanhas de Aécio Neves e Dilma Rousseff vão ressaltar a inexperiência administrativa de Marina
Os principais candidatos à presidência da República deverão atacar a socialista Marina Silva com relação à sua inexperiência para tentar subir nas pesquisas eleitorais. Em entrevista coletiva, nesta segunda, a presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, disse que para ser presidente da República “é intrínseco se preocupar com gestão”. Caso contrário, seria alguém que gostaria de ser “rei ou rainha da Inglaterra”. O tucano Aécio Neves, por sua vez, vem destacando seu projeto de “gestão eficiente” ao longo da campanha. Essa tática, porém, pode ser infrutífera, conforme três analistas ouvidos pelo EL PAÍS. Nesta terça-feira, uma pesquisa feita pelo Ibope mostrou que a candidata do PSB venceria a atual presidenta Dilma Rousseff (PT) no segundo turno após passar Aécio Neves (PSDB) no primeiro.
Os cientistas políticos Carlos Ranulfo, da Universidade Federal de Minas Gerais, e Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos, afirmam que a inexperiência de Marina como gestora deverá ser insistentemente explorada. “O PSDB tem uma tarefa dificílima, inglória, que é de passar a Marina no primeiro turno. Com certeza ele tentará desconstruir a candidata agora e o PT fará o mesmo no segundo turno”, ponderou Ranulfo.
A socióloga e diretora da empresa D'Fatto pesquisa em Jornalismo, Fátima Pacheco Jordão, porém, diz que essa estratégia não deve dar certo. “A ideia da inexperiência administrativa não pega nela. Diziam isso do metalúrgico Lula [da Silva] e ele foi eleito. O Brasil é minimamente desenvolvido para saber que alguém vai administrar dentro dos padrões médios”. Jordão observa que não há uma administração perfeita, mas há a capacidade de indicar bons assessores, e o eleitorado entende isso.
As especulações sobre a alta de Marina já haviam começado na segunda-feira, com noticias sobre pesquisas internas feitas pelos partidos que já indicavam essa tendência. Questionado sobre o assunto, o candidato tucano Aécio Neves disse a jornalistas no Rio de Janeiro que Marina era uma onda que “vai passar”, e que estava confiante de que disputaria o segundo turno. Para ele, o cenário eleitoral ficaria mais claro dentro de duas ou três semanas.
“As pesquisas que virão após os debates, em 15 ou 20 dias, darão um quadro mais real”, disse ele, segundo o jornal O Globo. Ele lembrou que no início do ano a vitória de Dilma no primeiro turno era dada como certa, e que ele subiu. E ainda, que se esperava uma alta significativa de Eduardo Campos, algo que não se confirmou.
Os três analistas consultados pela reportagem, contudo, discordam dele. “Mesmo com o Eduardo Campos como candidato, eu já esperava haver uma inversão entre o PSDB e o PSB. A morte dele acelerou essa mudança. Eu não esperava que seria tão rápida”, afirma Sousa Braga.
Tu suscripción se está usando en otro dispositivo
¿Quieres añadir otro usuario a tu suscripción?
Si continúas leyendo en este dispositivo, no se podrá leer en el otro.
FlechaTu suscripción se está usando en otro dispositivo y solo puedes acceder a EL PAÍS desde un dispositivo a la vez.
Si quieres compartir tu cuenta, cambia tu suscripción a la modalidad Premium, así podrás añadir otro usuario. Cada uno accederá con su propia cuenta de email, lo que os permitirá personalizar vuestra experiencia en EL PAÍS.
En el caso de no saber quién está usando tu cuenta, te recomendamos cambiar tu contraseña aquí.
Si decides continuar compartiendo tu cuenta, este mensaje se mostrará en tu dispositivo y en el de la otra persona que está usando tu cuenta de forma indefinida, afectando a tu experiencia de lectura. Puedes consultar aquí los términos y condiciones de la suscripción digital.