Nova pesquisa mostra que Marina venceria Rousseff no segundo turno
A candidata do PSB abre dez pontos de diferença para Aécio Neves e se firma na segunda colocação
A entrada de Marina Silva na disputa presidencial causou uma reviravolta no cenário eleitoral brasileiro, conforme os analistas já esperavam. Uma pesquisa divulgada na tarde desta terça-feira mostra que a nova candidata do PSB se firma na segunda colocação ao atingir 29% das intenções de votos, deixando Aécio Neves, do PSDB, dez pontos para trás. O tucano era, até então, o segundo colocado. A liderança é da atual presidenta e candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), que tem 34%.
Em uma simulação do segundo turno Marina venceria Rousseff por 45% a 36%. Os dados constam de um levantamento realizado pelo instituto Ibope encomendado pelo jornal O Estado de S. Paulo e pela TV Globo. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos e com um intervalo de confiança de 95%. Na semana passada, um levantamento do Datafolha já havia demonstrado que a socialista tinha condições de vencer Rousseff no segundo turno, mas naquela data, ambas concorrentes estariam em um empate técnico.
Para Fátima Pacheco Jordão, socióloga e diretora da D'Fatto pesquisa em Jornalismo, o cenário eleitoral atual começou a se desenhar durante os protestos de junho do ano passado, que tomaram o país. E a dupla Eduardo Campos e Marina Silva foi quem mais conseguiu captar essa sensação das ruas, que agora se reflete na alta dela na pesquisa. “Eu olho e vejo muito mais um eleitor exigente, consequente, eleitor mudando as categorias de avaliação. E os políticos ficando na mesma cantilena, tentando se arranjar por movimentos pragmáticos e disfuncionais”, analisou.
Marina se tornou o nome dos socialistas após o então candidato Eduardo Campos morrer em um acidente de avião no dia 13 de agosto, em Santos, no litoral de São Paulo. Conforme os dados do Ibope, dos 11 concorrentes, apenas a candidata do PSB subiu em comparação com o último levantamento, divulgado em 8 de agosto. Naquele período o nome do PSB era Eduardo Campos. A petista Rousseff e o tucano Aécio caíram quatro pontos percentuais cada um. O evangélico Pastor Everaldo, do PSC, perdeu dois pontos (de 3% para 1%). A quantidade de votos brancos e nulos reduziu seis pontos (de 13% para 7%), e a de indecisos, três (11% para 8%).
Para a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Universidade Federal de São Carlos, diz que Marina conseguiu o apoio de indecisos e resgatou os votos dos evangélicos. “A partir da morte do Eduardo houve um uso muito forte, ainda que não tenha sido intencional, da imagem de que a Marina era uma candidata predestinada a ser presidente. Isso é muito forte e parece que está colando”.
Marina está em uma onda e quando se está nessa situação, tem de se deixar ser levada. Só não se sabe para onde Carlos Ranulfo, cientista político
Já Carlos Ranulfo, cientista político da Universidade Federal de Minas Gerais, demonstrou um certo ceticismo com o aumento de Marina nas pesquisas. Em sua análise, a socialista se aproveitou de um recall com relação ao pleito de 2010, quando ficou em terceiro lugar nas eleições presidenciais, e agregou a comoção que envolveu a morte de Campos. “O cenário voltou a ser o mesmo que o de quatro ou cinco meses atrás, quando Dilma estava com 35% ou 36% e o Aécio flutuava perto dos 20%. Ou seja, Marina não ‘sangrou’ nenhum deles e acho que nem o fará porque não tem estratégias”, diz Ranulfo. E completa: “Marina está em uma onda e quando se está nessa situação, tem de se deixar ser levada. Só não se sabe para onde”.
O Ibope também mediu a rejeição aos concorrentes. Dos três primeiros colocados, Marina tem a menor rejeição, 10% dos eleitores disseram que não votariam de jeito nenhum nela. Rousseff é rejeitada por 36% e Aécio por 18%. A pesquisa foi feita com 2.506 eleitores entre segunda e terça-feira em 175 cidades das cinco regiões brasileiras.
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