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A Justiça do Rio mantém presos cinco ativistas detidos antes da final da Copa

A decisão do Tribunal do Rio de Janeiro foi tomada um dia após um desembargador libertar outros 12 manifestantes. Eles são investigados pelo envolvimento em atos de vandalismo

Um manifestante em protesto durante a final da Copa.
Um manifestante em protesto durante a final da Copa.NACHO DOCE (REUTERS)

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro prorrogou por mais cinco dias a prisão temporária de cinco ativistas políticos detidos na véspera da final da Copa do Mundo entre Alemanha e Argentina. Eles foram presos, no último sábado, junto a outros 14 acusados pelos crimes de formação de quadrilha e envolvimento em atos de vandalismo durante as manifestações na capital do Estado. Entre os manifestantes que permanecerão detidos está a ativista Elisa Quadros Sanzi - conhecida como Sininho.

A decisão tomada, nesta quarta-feira, pelo juiz Flávio Itabaiana atendeu a um pedido do Ministério Público. Em sua sentença, o magistrado ressalta "que a investigação ainda não se encontra encerrada e que, quando do cumprimento dos mandados de prisão temporária, foi possível apreender armas e material para a confecção de coquetéis molotov e outros explosivos."

Outros 12 manifestantes detidos na mesma operação foram soltos, na terça-feira, por ordem do desembargador Siro Darlan. Para ele, não havia elementos para que nenhum dos manifestantes permanecesse preso. "Concedi todos os habeas corpus que foram apresentados. As outras pessoas (as que tiveram hoje as detenções prorrogadas) não fizeram o pedido", comentou ontem o magistrado de segunda instância.

Ao que parece a balança da Justiça do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro está desregulada. Após um desembargador afirmar que não há razões para manter os ativistas presos, um juiz de primeira instância prorrogou as prisões provisórias que ele mesmo havia decretado.

Desde que os jovens foram presos no sábado 12, juristas e entidades, como a Ordem dos Advogados do Brasil, condenaram duramente as detenções. Consideraram uma saída autoritária e perigosa do Estado para interromper possíveis protestos, como o que ocorreu no final da Copa.

Segundo o advogado Marino D'Icarahy, defensor da maioria dos manifestantes detidos, não há elementos jurídicos nem fatos que baseiem estas prisões. O que há, diz ele, é uma motivação política e um conluio entre a polícia, o Governo do Estado do Rio de Janeiro, o Ministério Público e o Tribunal de Justiça.

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