O nacionalista hindu Modi tem ampla vitória nas eleições na Índia
A apuração dos votos indica que seu partido terá mais de 300 dos 543 assentos do Parlamento As eleições registram um recorde de participação de 66,3% com 551 milhões de eleitores
“É a hora do Governo de Modi”, diziam em hindi as primeiras páginas de muitos veículos de comunicação na Índia. Depois do fechamento das últimas urnas de uma maratona de eleições, a vitória do nacionalista hindu Narendra Modi na maior democracia do mundo estava praticamente certa desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira. Embora os resultados ainda não sejam definitivos, porque a contagem está em andamento, é evidente que o Partido Bharatiya Janata (BJP) ganhará mais do que os 272 assentos necessários para formar um Governo. Segundo os dados mais recentes da apuração, os nacionalistas terão mais de 300 dos 543 assentos do Lok Sabha, a Câmara Baixa do Parlamento (equivalente à Câmara dos Deputados). Desde o início da campanha, as pesquisas previam uma vitória nacionalista, mas poucos acreditavam que o partido poderia governar sozinho. Desde 1984, nenhuma legenda ganhou a maioria absoluta sozinha.
Os especialistas acreditam que a vitória de Modi, o mais do que provável futuro primeiro-ministro da Índia, se deve às suas promessas de prosperidade econômica. O líder nacionalista deu como o exemplo o seu Governo do Estado de Gujarat (no oeste do país), cujo crescimento econômico continua superando os 10% ao ano. Outro fator é que os indianos querem um líder forte que tome decisões mais assertivas.
Até agora houve pouca reação dos opositores civis de Modi, por exemplo, os muçulmanos, que representam cerca de 15% da população. Modi, que não se importa em se rotular como fundamentalista hindu, foi julgado e absolvido por falta de provas pelo Tribunal Supremo pelas suas possíveis responsabilidades na onda de violência inter-religiosa em Gujarat, em 2002, durante o seu Governo. Cerca de 1.000 pessoas morreram, a maioria muçulmanos. Apesar da decisão, muitos acreditam que ele teve algum envolvimento.
Mas este resultado também é um castigo para o Partido do Congresso e a família Gandhi, que perdeu popularidade pela desaceleração econômica e por diversos escândalos de corrupção. Desta vez, o partido político que governou a Índia durante 54 anos dos seus 67 anos de independência, incluindo os últimos 10, deverá ganhar apenas 72 assentos, um número que inclui os seus aliados políticos. Rahul Gandhi, o herdeiro da dinastia, teve o consolo de não perder no distrito de Amethi, em Uttar Pradesh, que é o reduto da família, onde no passado triunfaram o seu tio (Sanjay), o seu pai (Rajiv Gandhi) e a sua mãe (Sonia Gandhi). “A culpa não é apenas de Rahul, é um fracasso coletivo”, disse Satyavrat Chaturvedi, uma autoridade sênior do partido, ao canal de televisão NDTV, reconhecendo a derrota muitas horas antes do previsto. “Nós aceitamos o mandato do povo, damos as boas-vindas (à decisão das urnas) e aceitamos a nossa derrota”.
Modi ganhou nas duas zonas eleitorais nas quais se apresentou: Vadodara, em Gujarat, e Varanasi, a cidade mais sagrada no hinduísmo, onde apelou ao voto religioso. O político hindu, de 63 anos, acompanhou a apuração pela televisão na sua casa, em Gujarat, e quando a sua vitória estava praticamente garantida, ele foi pedir a bênção da sua mãe. “Aqui estão as minhas bênçãos. O país vai se desenvolver”, declarou a mulher de 95 anos ao seu filho. No lado de fora dos escritórios do BJP houve distribuição de doces para comemorar a vitória.
O atual primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, telefonou para cumprimentar Modi, disse o mandatário na sua conta no Twitter. As eleições gerais foram realizadas ao longo de cinco semanas e registraram um recorde de participação de 66,3%, com 551 milhões de eleitores.
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