Johnny Araya renuncia à candidatura presidencial da Costa Rica
O candidato do partido do Governo contava, segundo uma pesquisa, com 20% de apoio para o segundo turno das eleições presidenciais de 6 de abril

O candidato do Governo à presidência, Johnny Araya, renunciou nesta quarta-feira às eleições presidenciais e deixa o caminho livre para que candidato do Partido Ação Cidadã (PAC), Luis Guillermo Solís, assuma o Governo da Costa Rica a partir de 8 de maio.
O candidato do Partido Liberação Nacional (PLN) desiste da concorrência, apesar de que legalmente o segundo turno da eleição deve ser celebrado no domingo 6 de abril. O PLN obteve no primeiro turno das eleições de 2 de fevereiro a pior votação dos seus 70 anos de existência e enfrenta a rejeição de um amplo setor da opinião pública. “A campanha para o segundo turno apresenta-se muito difícil e cheia de obstáculos”, reconheceu Araya no anúncio de sua renúncia.
A Constituição Política da Costa Rica proíbe que os candidatos renunciem participar do segundo turno, razão pela qual o candidato do Governo usou o termo "se afastar" ao lado de seus dois candidatos a vice, Silvia Lara e Jorge Pattoni. Araya argumentou que se retira das eleições presidenciais por ser “realista” sobre o apoio eleitoral que possui. Esta é a primeira vez que um candidato renuncia a um passo das eleições presidenciais na história contemporânea de Costa Rica.
Uma pesquisa publicada nesta quarta-feira pelo semanário Universidad -com base em entrevistas feitas após as eleições-- revela uma ampla vantagem do Partido Ação Cidadã. Solís tem 62% de intenções de votos contra 20% do candidato que renunciou.
No primeiro turno de 2 de fevereiro, no qual participaram 13 candidatos à presidência, Solís ganhou com 30,64% dos votos, enquanto Araya obteve 29,71%. O segundo turno era obrigatório, já que nenhum dos candidatos obteve 40% dos sufrágios.
Araya, um engenheiro agrônomo de 56 anos, foi prefeito de San José durante 22 anos. Sobrinho do ex-presidente Luis Alberto Monge (1982-1986), nasceu em Palmares, um povoado a 80 quilômetros ao norte de San José, e militou em partidos de esquerda em sua juventude. Ao longo sua campanha tentou se desvincular da presidenta Laura Chinchilla, que perdeu popularidade entre os costa-riquenhos desiludidos da política.
O candidato da oposição, Luis Guillermo Solís, é um historiador e politólogo de 55 anos, professor na Universidade de Costa Rica, a principal do país. Esta é a primeira vez que se candidata a um cargo público. Há seis meses, quando começou a campanha eleitoral, somente 17% da população o conhecia e durante os comícios se apresentou como um cidadão comum e empático, alheio à política tradicional.
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