O ETA levou as armas “inutilizadas” depois de gravar o vídeo
Os verificadores dizem ao juiz que os terroristas asseguraram que as armas estavam lacradas Os membros da comissão internacional declararam neste domingo na Audiência Nacional espanhola
Ram Manikkalingham y Ronnie Kasrils viajaram a Toulouse, França, em trem. Ali, na estação, lhes aguardava um homem com óculos e boné em um carro, que lhes levou até um edifício. Entraram pela garagem e, desde ali, foram ao quarto no qual dois encapuzados do ETA, a organização terrorista do país basco que luta pela independência da Espanha, mostraram o arsenal lacrado.
Depois de entregar o documento com a lista dos elementos que estavam sobre a mesa, um inventário, receberam o compromisso "verbal" de que as armas e os explosivos estavam inutilizados. Logo depois, os encapuzados guardaram as armas em uma caixa de papelão, lacraram com fita adesiva e a levaram.
Esse foi o relato dos membros da denominada Comissão Internacional de Verificadores deram neste domingo ao juiz da Audiência Nacional espanhola, Ismael Moreno, segundo fontes jurídicas.
Os membros da Comissão Internacional reforçaram, não obstante, a este jornal que "este material está inutilizado e fora de uso operacional", e que em nenhum caso pode ser utilizado. "Está inutilizado", asseguraram, informa Luis R. Aizpeolea.
A imagem da entregas de parte do arsenal, difundida na sexta-feira pela rede inglesa BBC, foi gravada em vídeo por outro membro do grupo terrorista que também ia encapuzado, segundo declararam, indicando que em nenhum momento tocaram as armas.
Ram Manikkalingham y Ronnie Kasrils foram dois dos membros da Comissão que compareceram à Audiência Nacional, chamados pelo juiz depois que o Coletivo de Vitimas do Terrorismo do País Basco (Covite) pedisse o depoimento deles, para tentar localizar os encapuzados.
Segundo declararam, a primeira carta anônima que receberam do ETA foi entre junho e julho de 2011. Desde então, até agora, mantiveram diversas reuniões, todas elas em Bilbao, no norte da Espanha, com "atores políticos", segundo indicaram. Fontes jurídicas contam que ao serem perguntados pela identidade desses "atores" disseram que são representantes de partidos políticos bascos, empresários e membros da igreja.
A segunda carta anônima de ETA convocava eles para que fossem a Toulouse, na França, no final de janeiro, para um encontro no qual se realizaria o "desarmamento".
Os verificadores também foram interrogados pelas fontes de financiamento. Segundo explicaram, não são mantidos por nenhuma instituição internacional e recebem dinheiro do Dialogue Advisory Group (DAG), um grupo criado em Amsterdã, bem como de algum Governo escandinavo, dos que recebem 750 euros por cada jornada de trabalho.
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