O oligarca Mijáil Jodorkovski sai da prisão depois de Putin assinar o indulto
O Kremlin afirma que o pedido de clemência do ex-magnata implica em um "reconhecimento de culpa"
Após dez anos atrás das grades, o magnata Mijáil Jodorkovski — que já foi o homem mais rico da Rússia e dono da petroleira mais eficaz do país, a desaparecida Yukos, cujos principais ativos passaram para as mãos de uma empresa estatal — foi posto, por fim, em liberdade. Para conseguir, teve que pedir o indulto ao presidente Vladímir Putin, algo que ele tinha se negado a fazer anteriormente porque, como sublinham no Kremlin, isso significa o reconhecimento de sua culpa.
Jodorkovski estava na prisão desde 2003, e foi condenado por roubo e corrupção em 2005. Ele foi solto oito meses antes da data prevista. O indulto, que foi assinado nesta sexta-feira, já havia sido anunciado no dia anterior por Putin, após a maratona de coletiva de imprensa anual que o presidente russo deu aos meios russos e estrangeiros. Seu advogado confirmou que Jodorkovski saiu da prisão, localizada na cidade de Segueza, em Carelia, ao norte da Rússia, pouco depois do meio dia local.
Jodorkovski pediria o indulto após conversar com agentes dos Serviços Federais de Segurança, segundo o prestigioso diário Kommersant. Os Serviços, segundo o diário, teriam dito ao magnata sobre a piora no estado de saúde de sua mãe, que está com câncer, e da preparação de um novo processo contra ele, ou seja, a perspectiva de uma possível nova condenação, teria motivado a sua decisão de escrever a Putin pedindo que a liberdade.
Sua mãe disse desconhecer os verdadeiros motivos que impulsionaram o milionário a escrever essa carta, mas disse que era verdade que ela e seu marido estavam doentes. Além disso, acrescenta que ela sabe as condições que o filho viveu nos últimos dez anos e só quem sofre do mesmo que ele teria direito ao julgar. O decreto de Putin diz que Jodorkovski estava sendo posto em liberdade "por motivos humanitários".
Jodorkovski era considerado um preso político pelas organizações de defesa de direitos humanos: sua condenação, embora formalmente era devido à sonegação de impostos e outros crimes econômicos, estava motivada, segundo essas organizações, pelo fato de o então magnata petroleiro ter se atrevido a desafiar Putin e financiado a oposição.
Um dos primeiros a reagir à libertação de Jodorkovski foi Vladímir Lukín, o defensor do povo russo, quem opinou que esta "terá um bom efeito humanizador sobre a sociedade". "Nossa sociedade está doente de medo, ódio, profunda desconfiança mútua e outros males", e o indulto atua como "uma medicina" neste sentido. Não está claro a que se dedicará Jodorkovski agora e se decidirá participar da política ou não.
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