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Instagram oferece ferramenta para combater a ansiedade que ele mesmo pode estar provocando

Enquanto o Reino Unido analisa um projeto lei que obriga os usuários a rotular as imagens editadas, a plataforma cria uma opção de ajuda para lidar com a angústia

Três pessoas interagindo em Wuhan, na China.
Três pessoas interagindo em Wuhan, na China.Getty Images
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Costa Rican secondary education students use Neurolabs headsets to measure their electromagnetic brain activity while being exposed to different mental exercises and visual stimuli, during the launching of the project in San Jose, on March 07, 2019. - Costa Rica along with five other countries was chosen for the first global study of neuroscience applied to education, Neurolabs. Through this technology, institutions can improve teaching methods, by measuring students' response to stimuli while being exposed to exercises and challenges of comprehension or observation, allowing to understand different mental states in the learning process. (Photo by Ezequiel BECERRA / AFP)        (Photo credit should read EZEQUIEL BECERRA/AFP via Getty Images)
O ‘Iphone cerebral’ está a caminho

Se você buscar a hashtag #ansiedade na lupa do Instagram, aparecerá uma mensagem dizendo: “Podemos ajudar?”. Se você clicar em “Obter apoio”, poderá escolher entre três opções: falar com um amigo, falar com um profissional voluntário ou ler conselhos que foram úteis para outras pessoas. Deixar de usar a rede social não está entre esses conselhos, embora uma das conclusões do relatório #StatusOfMind (#EstadoDaMente) —publicado em 2019 pela Real Sociedade de Saúde do Reino Unido, sobre os efeitos do uso das redes sociais entre os jovens— foi que o Instagram é a plataforma que mais tem impacto negativo sobre a saúde mental.

Luke Evans, membro do Comitê de Saúde e Assistência Social do Reino Unido, elaborou semanas atrás um projeto de lei que obriga os usuários do Instagram a etiquetar as imagens que foram alteradas digitalmente para mudar sua aparência. Segundo Evans, as fotos editadas nas redes sociais estão “alimentando uma crise de saúde mental” que poderia inclusive provocar transtornos alimentares.

O projeto de lei, que será analisado pelo Parlamento britânico em 15 de setembro e busca abordar padrões de beleza pouco realistas vistos no Instagram, conta com o apoio de especialistas em imagem corporal e organizações de saúde mental. Alex Light, influencer de body positive (uma tendência a favor da aceitação do próprio corpo) apoiou a iniciativa publicando duas fotos suas —uma normal e outra editada— com os dizeres: “A edição de fotos existe há tempos nos meios tradicionais, mas se tornou popular e extremamente acessível graças a uma quantidade de aplicativos muito baratos que são incrivelmente rápidos e fáceis de usar.”

Por outro lado, a lei poderia ser difícil de cumprir. Saskia Marriott, que trabalha na empresa de moda In The Style, disse à revista Glamour que será complicado demonstrar a edição, sobretudo se as mudanças forem sutis. Também afirmou que há uma “grande diferença” entre eliminar uma mancha ou um olho vermelho e alterar completamente o tamanho da cintura. “Onde traçamos a linha?”, questiona. Evans, autor da lei, admite que será preciso confiar no usuário. Mas considera que, se a norma existir, a maioria das pessoas não a violará.

França e Israel já têm leis similares que determinam que todas as fotos comerciais modificadas devem vir com uma advertência sobre o retoque. Mas o Reino Unido seria o primeiro a aplicar a lei a uma rede social.

A Confederação de Saúde Mental da Espanha e o Instagram se aliaram em julho para elaborar as primeiras orientações para manter o bem-estar emocional e a saúde mental da população. Embora a iniciativa tenha nascido em resposta à crise da covid-19, as diretrizes também oferecem recomendações gerais sobre saúde mental, assim como as relativas à pandemia.

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