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Holanda analisa se 61 passageiros com covid-19 da África do Sul têm a variante ômicron

Os viajantes fazem parte de um grupo de 600, espalhados por dois aviões, que pousaram nesta sexta-feira no aeroporto de Amsterdam

Isabel Ferrer
omicron coronavirus
Imagem área do aeroporto de Amsterdam, na Holanda, em abril.Yves Herman (Reuters)

Cientistas holandeses da universidade Erasmus, de Rotterdam, estão analisando amostras positivas de 61 passageiros com coronavírus – de um grupo de 600 – que chegaram à Holanda na sexta-feira em dois aviões da África do Sul. Eles querem saber se é a nova variante ômicron da doença. Enquanto isso, o grupo de infectados foi isolado em um hotel próximo ao aeroporto Amsterdam-Schiphol.

Os pacientes precisarão ficar no hotel por sete dias se tiverem sintomas e cinco dias se não tiverem. Aqueles que apresentaram um teste positivo, mas moram sozinhos ou viajaram com todas as pessoas com quem vivem, puderam voltar para suas casas usando seus próprios meios de transporte. Eles terão que cumprir os mesmos termos de isolamento lá.

As autoridades sanitárias enfatizaram que essas restrições “podem frustrar as pessoas, mas se trata de garantir a saúde pública”. Paralelamente, o Ministério da Saúde anunciou que a primeira rodada de vacinas para crianças de 5 a 11 anos ficará pronta no final de dezembro.

Stephanie Nolen, correspondente global de saúde do jornal The New York Times, estava em um dos voos de Joanesburgo. Em sua conta no Twitter, ela explicou que ficaram pelo menos três horas dentro do avião no próprio aeroporto de Amsterdã. “Quando sobrevoamos o Chade, a Europa entrou em pânico com a variante do vírus. Na hora do pouso, não nos deixaram sair do avião. Eles nem mesmo permitiram que um caminhão nos trouxesse água”, escreveu. Em seguida, os passageiros puderam se deslocar para uma área protegida, aguardando o resultado dos exames que foram realizados.

“É uma situação muito difícil e excepcional. Fazemos tudo o que está ao nosso alcance para trabalhar com segurança”, disse um porta-voz do aeroporto à rede de televisão pública NOS. Stephanie Nolen também escreveu o seguinte em outro tweet: “É difícil não ver isso como uma forma de punir a África do Sul porque eles têm cientistas de primeira linha conduzindo o melhor rastreamento de covid-19 do mundo, e o fazem de forma transparente”. As autoridades de saúde holandesas aconselharam que sejam feitos testes em todos os viajantes que chegam do sul do continente africano desde a última segunda-feira. Os países identificados são Botswana, Lesoto, Namíbia, Zimbábue, Moçambique, África do Sul e Suazilândia.

Nesta sexta-feira, a Holanda se juntou a outros países para vetar voos de países da África Austral na tentativa de manter a variante ômicron sob controle. No entanto, a empresa KLM anunciou que continuará a utilizar a rota de Joanesburgo e Cidade do Cabo a Amesterdã, cumprindo o rígido protocolo imposto. “Os viajantes precisarão de um PCR negativo e observarão uma quarentena de dez dias na chegada. Se depois de cinco dias outro teste for negativo, eles poderão sair do confinamento”. O veto não inclui o repatriamento de cidadãos com passaportes da Holanda e da União Europeia, residentes na zona Schengen, pessoal médico ou pessoas com emergência familiar.

O Governo holandês anunciou nesta sexta-feira novas medidas restritivas para conter o avanço de infecções e internações hospitalares. O debate aberto neste momento aponta para o comportamento dos cidadãos quando se trata de respeitá-las. Durante as próximas três semanas, o setor hoteleiro, cultural e o de esporte amadores só estarão abertos ao público entre as 17h e as 5h. É urgente trabalhar de casa e, com tudo isso, a expectativa é reduzir em 20% os contatos. Os hospitais já adiaram operações que não são consideradas urgentes, e apenas pacientes gravemente enfermos que requerem tratamento ou operações serão atendidos dentro de seis semanas.

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