Casa Branca anuncia que Biden pretende disputar a reeleição em 2024
O presidente dos Estados Unidos, que acaba de completar 79 anos, vive uma crise de popularidade que alimentou especulações sobre sua substituição
Uma eleição marcada para daqui a três anos parece algo muito longínquo, exceto quando a presidência que está em jogo é a mais poderosa do mundo, e o atual inquilino da Casa Branca, um candidato natural, beira os 80 anos e atravessa uma inquietante crise de popularidade. É o caso de Joe Biden. A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, confirmou nesta segunda-feira à imprensa que o veterano democrata planeja disputar a reeleição, uma mensagem dirigida sobretudo a procurar estabilidade e apagar o ruído dos últimos dias sobre a corrida eleitoral, num momento em que o mandatário norte-americano quer que todas as atenções se voltem para as decisivas políticas sociais que ele promove.
“Essa é a intenção dele”, respondeu Psaki à pergunta de se, conforme publicado por vários veículos, Biden vinha comentando com pessoas próximas sobre sua vontade de se candidatar novamente. É algo que o próprio presidente já havia sugerido logo depois da posse, em março deste ano, mas que nos últimos assume um significado muito relevante. A derrota eleitoral na disputa para o governo da Virgínia, assim como a apertada vitória num Estado que era tido como certo, Nova Jersey, fez soar alarmes dentro do Partido Democrata, assim como o desabamento do apoio que o mandatário sofreu nas pesquisas: de 57% no início do mandato para 42% na primeira quinzena de novembro, segundo os dados do Gallup.
A idade dele tampouco ajuda. Biden se tornou em janeiro passado o presidente mais idoso ao tomar posse, 78 anos. No sábado passado completou 79, e chegaria à próxima disputa eleitoral com 81. O médico pessoal do presidente, Kevin O’Connor, observou na sexta-feira passada, após concluir um check-up no ilustre paciente, que se trata de “um homem de 78 anos saudável e vigoroso”, capaz de cumprir com suas funções. Durante os exames, que incluíram uma colonoscopia e anestesia, Biden teve que transferir durante pouco mais de uma hora os poderes presidenciais à sua vice, Kamala Harris.
Harris se viu no centro das especulações dos últimos dias na capital, depois de uma reportagem da CNN que tratava sobre a suposta frustração dela e da sua equipe mais próxima por ter sido “escanteada” dentro das políticas de Biden e pela falta de assuntos concretos na sua agenda – algo que ela negou.
Mas é um fato que ela também tem um problema de popularidade e gera dúvidas como possível alternativa a Biden na candidatura democrata de 2024. Os vice-presidentes, historicamente, são candidatos naturais ao cargo: Biden, George H. W. Bush (pai) e Richard Nixon o foram. Harris, entretanto, conta com uma base de apoio muito baixa, inferior inclusive à de Biden: uma pesquisa da Universidade Suffolk com o USA Today, publicada no começo de novembro, registrava 27,8% frente a 37,8% do presidente. E, ao calor de todos estes dados e declarações, começaram a surgir também rumores de rivalidade entre Harris e o secretário de Transporte, Pete Buttigieg, procedentes de fontes anônimas. Ambos competiram nas últimas primárias democratas pela indicação que afinal recaiu em Biden.
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