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Pelo menos quatro mortos e 20 feridos em um ataque suicida no Paquistão

Um motorista investiu contra agentes fronteiriços e depois se matou em Quetta, perto da fronteira com o Afeganistão. Os talibãs do Paquistão assumiram a responsabilidade pelo ataque

Las fuerzas de seguridad de Pakistán inspeccionan este domingo la zona donde ha tenido lugar el ataque suicida en Quetta. En vídeo, imágenes de la zona donde se ha producido el atentado.Foto: FAYYAZ AHMED / EFE | Vídeo: QUALITY-REUTERS
Ángeles Espinosa
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O sonho desfeito das mulheres afegãs

Pelo menos quatro membros das forças de segurança do Paquistão morreram neste domingo em um ataque suicida em Quetta, no oeste do país. Outras vinte pessoas ficaram feridas. Os talibãs do Paquistão, Tehreek-i-Taliban Pakistan (TTP), assumiu a responsabilidade pelo ataque. Desde o triunfo dos talibãs no vizinho Afeganistão, vários analistas alertaram para o risco de encorajar os extremistas deste lado da fronteira.

Um homem a bordo de uma motocicleta investiu contra os agentes da Polícia de Fronteira, órgão auxiliar do Exército, e disparou os explosivos que carregava, segundo informações que a polícia de Quetta prestou à mídia local. O atentado ocorreu justamente no momento da substituição dos agentes encarregados do posto de controle, conforme explicou o ministro do Interior, xeque Rashid Ahmed, em entrevista coletiva.

O ministro anunciou a morte de três membros da corporação, mas um quarto morreu posteriormente no hospital. Por sua vez, a polícia de Quetta detalhou que dois dos feridos eram pedestres que se encontravam nas proximidades do ataque, e os demais eram guardas de fronteira, vários dos quais com ferimentos gravíssimos, o que pode aumentar o número de mortos.

O primeiro-ministro Imran Khan foi rápido em condenar o ataque e sugerir que os responsáveis estão no exterior. “Minhas condolências às famílias dos mártires e rezo pela recuperação dos feridos. Agradecimento às nossas forças de segurança e seus sacrifícios para nos manter seguros, frustrando os planos de terroristas apoiados por estrangeiros“, tuitou em uma pequena referência velada à Índia, o arqui-inimigo do Paquistão.

Quetta é a capital do Baluchistão, uma província paquistanesa na fronteira com o Afeganistão com uma longa história de violência separatista contra o Governo central. Mas o ataque deste domingo foi atribuído ao grupo extremista islâmico TTP, que proclamou sua lealdade aos talibãs afegãos pouco depois de eles assumirem o poder em Cabul.

Vem daí a preocupação no Paquistão com a notícia de que os talibãs afegãos, com quem o Governo e o exército simpatizam, libertou vários líderes do TTP quando abriram as portas de várias prisões ao longo de seu avanço. O ministro do Interior disse no final do mês passado que os talibãs afegãos haviam garantido ao Governo paquistanês que não permitiriam que o TTP usasse seu solo para atacar o Paquistão.

Desde o seu surgimento em 2007, o TTP, que reunia vários grupos menores ativos em áreas tribais, tem sido a organização terrorista mais ativa e violenta do Paquistão, não apenas contra as forças de segurança, mas também contra civis. Sua repressão pelo Exército foi igualmente dura, quase a silenciando. Mas desde o ano passado, os analistas detectaram um ressurgimento progressivo, que atribuíram em grande parte à mudança na situação no Afeganistão. Só em 2020, eles realizaram 120 ataques e, em só julho passado, foram 26.

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