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Trump concede indulto a 20 pessoas, entre eles dois condenados no caso de elo com a Rússia na eleição

Presidente dos EUA perdoa também quatro prestadores de serviços culpados de uma chacina de civis em Bagdá em 2007

George Papadopoulos, ex-assessor de Trump, em uma imagem de arquivo.
George Papadopoulos, ex-assessor de Trump, em uma imagem de arquivo.Carolyn Kaster (AP)
Pablo Guimón

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indultou nesta terça-feira 20 condenados, entre eles duas pessoas de seu entorno consideradas culpadas na investigação sobre os vínculos de sua campanha eleitoral com a Rússia, quatro prestadores de serviços da empresa militar privada Blackwater, condenados por uma chacina de civis em Bagdá em 2007, e três ex-parlamentares republicanos que cumprem pena por corrupção.

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Com o indulto a George Papadopoulos, de 33 anos, que se declarou culpado em 2017 de mentir ao FBI sobre suas negociações com agentes russos que estão na origem da investigação da trama russa, e que passou 12 dias na prisão, o presidente arremete novamente contra as investigações do promotor especial Robert Mueller, cuja sombra marcou parte do mandato de Trump. Também indulta Alex van der Zwaan, 36 anos, condenado a 30 dias de prisão e ao pagamento de uma multa de 20.000 dólares (103.200 reais), no âmbito da mesma investigação. Mueller não encontrou indícios para acusar Trump de conspiração com a Rússia, mas constatou uma ingerência maciça de Moscou na campanha de 2016 e apresentou acusações contra meia dúzia de pessoas do entorno do presidente. “O perdão de hoje ajuda a corrigir o mal que a equipe de Mueller infligiu a tanta gente”, afirmou a Casa Branca.

Ambos os indultos, segundo pessoas do entorno do presidente citadas pelo The New York Times, Trump se dispõe a conceder o perdão também a outros condenados na investigação. No mês passado, o presidente —que deixa o cargo em 20 de janeiro —indultou o ex-assessor de Segurança Nacional, Michael Flynn, que se declarou culpado duas vezes de mentir ao FBI na mesma investigação, e antes tinha comutado a sentença imposta a seu colaborador Roger Stone, livrando-o de uma iminente pena de prisão.

Outra parte do grupo de indultos anunciados nesta terça-feira é composta por quatro prestadores de serviços do Governo, funcionários da empresa Blackwater, condenados pela morte de 12 civis em Bagdá, num caso que causou consternação internacional e um debate sobre a mobilização de militares terceirizados em zonas de guerra. Os quatro indultados, Nicholas Slatten, Paul Slough, Evan Liberty e Dustin Heard, mandados pela Blackwater ao Iraque em 2007, tinham recebido severas penas, inclusive de prisão perpétua em um dos casos.

Os ex-parlamentares indultados são Duncan Hunter, Chris Collins e Steve Stockman. O primeiro, deputado pela Califórnia, declarou-se culpado em 2019 por desvio de verbas de campanha num valor superior a 200.000 dólares (206.400 reais). Condenado a 11 meses de prisão e três anos de liberdade condicional, nunca chegou a pisar numa penitenciária. Não foi o caso de Collins, ex-deputado republicano por Nova York, sentenciado a 26 meses por mentir ao FBI e por fraude. Por último, Steve Stockman, ex-deputado pelo Texas, foi condenado a 10 anos de reclusão por quase uma dúzia de delitos fiscais, entre eles fraude, lavagem de dinheiro e malversação de recursos benéficos. Neste caso, a Casa Branca explicou em seu comunicado que a idade do político, de 64 anos, foi o principal motivo para liberá-lo da prisão onde está há dois anos, já que “seu estado de saúde corre o risco de piorar durante a pandemia do coronavírus”, doença que já contraiu na prisão, segundo o texto.

Entre os perdoados, entretanto, não figura por enquanto nenhum dos colaboradores mais próximos de Trump. Esta rodada pré-natalina de indultos não será, segundo os especialistas, a última concedida por Donald Trump antes de deixar a Casa Branca, em menos de um mês.

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