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YouTube suspende vídeo de Bannon após ele dizer que colocaria a cabeça de Anthony Fauci “em uma estaca”

O antigo assessor político de Donald Trump pediu a decapitação do principal cientista na luta contra o coronavírus nos EUA e também do diretor do FBI, Christopher Wray

O ex-conselheiro de Trump, Steve Bannon, deixa a corte de Nova York na qual responde por suposto crime de fraude
O ex-conselheiro de Trump, Steve Bannon, deixa a corte de Nova York na qual responde por suposto crime de fraudeEduardo Muñoz (AP)

Desta vez Steve Bannon, ex-conselheiro de Donald Trump e um dos pais do populismo político atual, foi longe demais para o YouTube. A plataforma de vídeos online excluiu nesta sexta-feira a última edição de seu programa de pandemia War Room Pandemic ―Sala de Guerra da Pandemia, no qual Bannon pede a demissão e a decapitação do médico Anthony Fauci ―o mais renomado especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos ―, e do diretor do FBI, Christopher Wray. O estrategista populista afirmou que “colocaria as cabeças [de Fauci e Wray] em estacas” como uma advertência aos “burocratas federais”.

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“Eu gostaria de voltar àqueles tempos antes da Inglaterra dos Tudors (antiga dinastia real), eu colocaria as cabeças em estacas, certo, eu as colocaria nas duas esquinas da Casa Branca como uma advertência aos burocratas federais”, declarou Bannon, enquanto falava com o outro apresentador do programa, Jack Maxey. A resposta do YouTube foi imediata. “Removemos este vídeo por violar nossa política contra a incitação à violência”, disse o porta-voz da plataforma, Alex Joseph. Por sua vez, a rede social Twitter decidiu encerrar a conta de Bannon por pelo menos uma semana, porque considera que violou” as regras de uso desta rede.

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Adam Fox, Barry Croft, Kaleb Franks, Daniel Harris, Brandon Casert y Ty Garbin, planearon ataques con cócteles molotov contra agentes de policía, compraron una pistola eléctrica y juntaron fondos para adquirir explosivos y equipo táctico.
Seis homens, um porão e um plano para iniciar uma guerra civil nos EUA

Confiança abalada

Steve Bannon chegou a ser um dos homens de máxima confiança do atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Primeiro, foi seu chefe de campanha na eleição presidencial de 2016 e depois se tornou seu conselheiro na Casa Branca. Em 2018 ele deixou os Estados Unidos para se estabelecer na Itália, com o objetivo de exportar o sucesso populista de Trump para o Velho Continente. Em Roma, criou o The Movement, uma plataforma que busca aglutinar todos os partidos populistas da Europa para as eleições europeias - e na esteira criou laços com a própria família Bolsonaro.

Mas o experimento ideológico não saiu tão bem quanto ele esperava, depois da queda em desgraça de sua grande aposta populista europeia, Matteo Salvini. Em agosto, Bannon foi preso nos EUA sob a acusação de fraudar doadores de uma campanha online de arrecadação de fundos para a construção do muro na fronteira com o México prometido pelo presidente Trump. Ele acabou sendo libertado sob fiança.

O epidemiologista Anthony Fauci já há algum tempo é alvo de ataques até mesmo do presidente dos EUA. “As pessoas estão fartas de Fauci e de todos aqueles idiotas”, disse Donald Trump no mês passado, em referência aos especialistas que alertam sobre a necessidade de levar a covid-19 a sério. Naquela ocasião, essa forte acusação foi tirada de uma conversa telefônica entre Trump e sua equipe de campanha, cujo áudio vazou para a mídia. Em seguida, ele diz que Fauci é “um bom sujeito”, mas que está no Governo há “500 anos”. Fauci é o chefe do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas desde 1984.


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