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Manifestantes voltam às ruas dos EUA contra impunidade policial na morte de jovem negra

Júri decide levar a julgamento por abuso de autoridade apenas um dos três agentes que mataram Breonna Taylor, símbolo da luta antirracista. Dois policiais foram baleados durante os protestos

Policiais durante os protestos em Louisville (Kentucky).
Policiais durante os protestos em Louisville (Kentucky).CARLOS BARRIA (Reuters)
Yolanda Monge
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A protester wearing a Black Panther jacket and holding a "Black Lives Matter" flag faces off with riot police in Rochester, New York, on September 5, 2020, on the fourth night of protest following the release of video showing the death of Daniel Prude. - Prude, a 41-year-old African American who had mental health issues, died of asphyxiation after police arrested him on March 23, 2020, in Rochester. (Photo by Maranie R. STAAB / AFP)
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U.S. President Donald Trump responds to questions from members of the news media during a news conference at the White House in Washington, U.S., August 31, 2020. REUTERS/Leah Millis
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Manifestantes não respeitaram o toque de recolher a partir das 21h imposto pelas autoridades de Louisville (Kentucky) e saíram às ruas para protestar depois que, poucas horas antes, um júri de instrução decidiu não levar a julgamento por homicídio os três policiais envolvidos na morte a tiros de Breonna Taylor, a jovem negra que se tornou símbolo da luta antirracista nos EUA. Em 13 de março, a técnica de emergências médicas de 26 anos recebeu oito tiros de três policiais que foram ao seu apartamento com um mandado de busca.

Segundo o chefe de polícia da cidade, Robert Schroeder, dois agentes foram feridos a tiros durante os protestos, e um suspeito foi detido. Em uma rápida entrevista coletiva, o chefe de polícia informou que um dos agentes estava em situação estável e o outro estava sendo operado. Ele não deu detalhes sobre como eles ficaram feridos. Em imagens exibidas pela CNN, ouve-se uma série de disparos e em seguida uma mulher gritava que um policial tinha caído ferido. Conforme antecipou o Courier Journal, principal publicação de Louisville, foram dois agentes feridos, e não um, como se informou inicialmente.

Na tarde desta quarta-feira, e após mais de 100 dias de deliberações, um júri de instrução (a etapa preliminar de um processo judicial) imputou o ex-policial Brett Hankison por ter agido deliberadamente de forma imprudente no incidente que resultou na morte de Taylor, enquanto os outros dois agentes envolvidos, John Mattingly e Miles Cosgrove, não serão levados a julgamento.

Desde a morte de George Floyd por policiais de Minnesotta, em 25 de maio, os Estados Unidos vivem o maior movimento de protesto da sua história por causa do racismo e da violência policial. O início dos distúrbios em Louisville fazia temer por uma longa noite de tensão e pela repetição de outras jornadas de violência anteriores, como as ocorridas em Kenosha (Wisconsin), onde duas pessoas morreram durante protestos por um incidente em que um homem negro levou vários tiros pelas costas de um policial.

O governador de Kentucky, Andy Beshear, havia mobilizado na quarta-feira um contingente “limitado” da Guarda Nacional em Louisville, algo que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou depois de conversar com o governador. “É algo bom. Entendo que tenha chamado [a Guarda Nacional], o que é uma coisa boa”, afirmou em entrevista coletiva, acrescentando que isso “funcionará”.

Louisville não foi a única cidade que teve protestos e violência na noite de quarta-feira. Em Washington, Nova York, Atlanta e Chicago, entre outras metrópoles norte-americanas, manifestantes se concentraram em locais específicos para protestar pela impunidade na morte de Taylor.

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