Um grupo de intelectuais e políticos promove a Internacional Progressista

Noam Chomsky, Naomi Klein, Yanis Varoufakis, Fernando Haddad, dentre outros, insistem na defesa da democracia, da solidariedade, da igualdade e da sustentabilidade

Madri -
A jornalista, escritora e ativista canadense Naomi Klein, em Barcelona.Andreu Dalmau (EFE)
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O movimento pró-democrático e pan-europeísta DiEM25 e o Instituto Sanders, dos EUA, lançam nesta segunda-feira a Internacional Progressista. Mais de 40 políticos e intelectuais de todos os continentes ― Noam Chomsky, Yanis Varoufakis e Fernando Haddad, entre outros – participam da iniciativa, que tem como objetivo fomentar a união, coordenação e mobilização de ativistas, associações, sindicatos, movimentos sociais e partidos em defesa da democracia, da solidariedade, da igualdade e da sustentabilidade.

O DiEM25 e o Instituto Sanders ― fundado em 2017 por Jane Sanders, mulher do ex-pré-candidato presidencial Bernie Sanders ― apelaram em 2018 à formação de uma frente comum para barrar o autoritarismo. No ano passado, numerosos países viveram manifestações que reuniram dezenas de milhões de pessoas para defender suas democracias, exigir condições de vida decentes ou reivindicar medidas urgentes de proteção do planeta. Os organizadores da nova frente argumentam que a crise sanitária e econômica causada pela pandemia revelou a necessidade de que todos os atores progressistas remem juntos para defender a assistência médica universal, a proteção dos direitos trabalhistas e a cooperação internacional.

A Internacional Progressista tem o respaldo de um conselho formado por mais de 40 integrantes, entre os quais se destacam autores e ativistas como o norte-americano Noam Chomsky e a canadense Naomi Klein e políticos da ativa, como Yanis Varoufakis, deputado e ex-ministro de Finanças da Grécia, Katrín Jakobsdóttir, primeira-ministra da Islândia, e Elizabeth Gómez Alcorta, ministra argentina de Mulheres, Gênero e Diversidade. A eles se somam líderes latino-americanos como o ex-mandatário equatoriano Rafael Correa e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, candidato derrotado do PT à presidência em 2018. Outros signatários conhecidos são o ex-chanceler brasileiro Celso Amorim, o ex-vice-presidente boliviano Álvaro García Linera, o ator mexicano Gael García Bernal, a escritora Arundhati Roy, o filósofo Srecko Horvat e a alemã Carola Rackete, capitã de embarcação e símbolo do resgate de migrantes no Mediterrâneo.

O projeto começa nesta segunda-feira com o lançamento de um site no qual qualquer pessoa ou organização poderá se cadastrar para ser membro da Internacional Progressista. A organização advoga um mundo democrático, igualitário, solidário, ambientalmente responsável, pacífico, pós-capitalista (de economia colaborativa), próspero e plural. A plataforma contará com uma secretaria que se encarregará de organizar a atividade diária, auxiliar os membros, interconectar as organizações e implementar ações conjuntas de alcance global. Será composta por tradutores, desenvolvedores de sites, designers e coordenadores.

Em setembro ― se a pandemia deixar ― haverá um congresso em Reikjavik, a capital islandesa, organizado pelo partido do Jakobsdóttir, o Movimento de Esquerda-Verde. Nele será planejada a agenda da Internacional Progressista no ano seguinte.

A plataforma será financiada exclusivamente por doações e contribuições de seus membros. A organização não permite o financiamento ― nem a participação ― de lobbies, executivos de empresas de combustíveis fósseis, planos de saúde, companhias farmacêuticas, multinacionais tecnológicas, bancos (com algumas exceções), firmas de investimentos, fundos de cobertura ou companhias agroalimentícias.

MOBILIZAÇÃO, PENSAMENTO E MEIOS

A Internacional Progressista pretende atuar em três planos: fomentar a mobilização social, estimular a reflexão intelectual e promover a difusão de novas ideias progressistas através de uma rede de meios de comunicação. Neste último quesito, a ideia é potencializar o impacto das informações criando um elo entre diferentes redações de jornais. Entre os títulos que aderem ao projeto figuram o norte-americano The Nation, o italiano Internazionale, o francês Mediapart, o polonês Krytyka Polityczna, mais Africa Is a Country, Brasil Wire, Lausan Collective e The Wire India.



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