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EUA elevam a mais de 100 o número de militares com lesões cerebrais após ataque iraniano

Novo dado, revelado pela Reuters, representa um aumento de quase 50% sobre a última cifra noticiada

Um soldado norte-americano caminha diante de um drone na base aérea de Ain al Assad, no Iraque, em 13 de janeiro.
Um soldado norte-americano caminha diante de um drone na base aérea de Ain al Assad, no Iraque, em 13 de janeiro.AYMAN HENNA (AFP)
Antonia Laborde

O Exército dos Estados Unidos deve anunciar oficialmente nesta segunda-feira que mais de cem militares sofreram lesões cerebrais por causa do ataque iraniano de 8 de janeiro contra duas bases aéreas no Iraque onde havia presença de tropas norte-americanas, informaram fontes militares à agência Reuters sob a condição de anonimato. O novo número de afetados representa um aumento de quase 50% sobre último relatório, divulgado no mês passado, quando se soube que 64 soldados haviam sofrido “comoções cerebrais e TBI (lesão cerebral traumática)”, segundo a descrição do Pentágono.

Três semanas atrás, quando o presidente Donald Trump se encontrava no Fórum Econômico Mundial de Davos, se pronunciou sobre as lesões cerebrais: “Ouvi dizer que tinham dores de cabeça e algumas coisas mais”, afirmou. “Mas diria, e posso informar, que não é muito grave”, acrescentou o mandatário. Vários oficiais do Pentágono disseram que não houve nenhuma intenção de minimizar ou reter a informação sobre as novas cifras de vítimas.

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O Departamento de Defesa não fez comentários sobre o quinto aumento nas cifras de afetados, mas em 30 de janeiro advertiu que os números iriam crescer. O general Mark Milley, chefe do Estado-Maior Conjunto, revelou então que o aumento se devia a que em algumas ocasiões os sintomas demoram a aparecer, ou os próprios militares esperam um tempo para relatá-los. Os sintomas de lesões desse tipo incluem dores de cabeça, náuseas, tontura e sensibilidade à luz. Dos 64 soldados afetados mencionados no relatório anterior, 39 voltaram ao serviço.

Em meados de janeiro, o Exército dos EUA admitiu que 11 militares ficaram feridos nos ataques iranianos. Uma semana depois, elevou a cifra a mais de 30. Jonathan Hoffman, porta-voz do Pentágono, disse a jornalistas que se tratava de casos de “comoções cerebrais e TBI (lesão cerebral traumática)”, mas não deu mais detalhes. Os ataques iranianos atingiram as bases de Ain al Assad, no oeste do país, e de Erbil, no Curdistão iraquiano. Chegaram como represália à morte do general Qasem Soleimani, comandante da força de elite Al Quds da Guarda Revolucionária iraniana, unidade encarregada das operações no exterior. A resposta iraniana não provocou a morte de nenhum militar dos EUA.

Washington matou o poderoso general em um ataque com drones no aeroporto de Bagdá na madrugada de 3 de janeiro. O Irã ameaçou retaliações desproporcionais, mas não voltou a realizar ataques contra bases onde há presença militar norte-americana. Trump advertiu de que tem 52 locais iranianos como “alvos” e os atacará “muito rápido e muito forte” se Teerã atingir cidadãos ou interesses norte-americanos. Em 10 de janeiro os Estados Unidos impuseram sanções adicionais ao Irã por ordem executiva do presidente, impactado setores cruciais da economia iraniana, como indústria, mineração e produtos têxteis, além de uma série de altos funcionários do regime.

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