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Thiago Braz conquista o bronze no salto com vara, sua segunda medalha consecutiva numa Olimpíada

Campeão em 2016, brasileiro foi demitido na véspera dos Jogos por seu clube, que considerou que ele não valia o invetimento. Ele saltou 5.87 metros e ficou em terceiro na prova dominada pelo recordista mundial, o sueco Armand Duplantis

Thiago Braz em ação na final da Olimpíada.
Thiago Braz em ação na final da Olimpíada.ALEKSANDRA SZMIGIEL (Reuters)
Felipe Betim
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Tokyo 2020 Olympics - Gymnastics - Artistic - Women's Floor Exercise - Medal Ceremony - Ariake Gymnastics Centre, Tokyo, Japan - August 2, 2021.  Rebeca Andrade of Brazil poses with her medals in front of the olympic rings. REUTERS/Lindsey Wasson
Rebeca Andrade, eternizada na história das Olimpíadas
Third-placed Brazil's Bruno Fratus (L) celebrates after the final of the men's 50m freestyle swimming event during the Tokyo 2020 Olympic Games at the Tokyo Aquatics Centre in Tokyo on August 1, 2021. (Photo by Odd ANDERSEN / AFP)
Bruno Fratus leva o bronze nos 50m livre da natação
Rebeca Andrade of Brazil, celebrates after winning the gold medal on the vault during the artistic gymnastics women's apparatus final at the 2020 Summer Olympics, Sunday, Aug. 1, 2021, in Tokyo, Japan. (AP Photo/Natacha Pisarenko)
Os medalhistas do Brasil na Olimpíada de Tóquio 2020

Thiago Braz saltou rumo ao pódio e à história das olimpíadas. Um dos principais nomes do atletismo brasileiro, ele conquistou na manhã desta terça-feira a medalha de bronze no salto com vara, depois de pular 5.87 metros e superar seu adversário francês Renaud Lavillenie, o mesmo de 2016, nos Jogos Olímpicos de Tóquio. É a segunda medalha consecutiva de Braz, que foi ouro no Rio após saltar 6,03 metros e quebrar o recorde olímpico. Com o resultado, o Brasil passa a ter 14 medalhas, sendo três ouros, três pratas e oito bronzes.

Depois de um ciclo abaixo do esperado, onde Braz não conseguiu repetir o desempenho de 2016, ele cresceu em Tóquio no momento decisivo. Passou pelas marcas de 5.55m, 5.70m e 5.80m sem precisar das três chances. A nota de corte para o pódio foi nos 5.87m, quando só tinham quatro atletas restantes na prova. Thiago passou de primeira, enquanto viu Lavillenie falhar. O francês é lembrado pelos brasileiros por reclamar das vaias da torcida na final olímpica há cinco anos, quando ficou com a prata e a antipatia dos fãs de Thiago. Lavillenie tentou subir o sarrafo para 5.92m para o “tudo ou nada”, mas não teve sucesso. Com o bronze garantido, Thiago Braz falhou nas três tentativas para 5.92m. Ele só não foi páreo para o medalhista de ouro, o sueco Armand Duplantis, e o prata, o norte-americano Christopher Nilsen. Duplantis fez 6.02m, enquanto Nilsen teve como melhor marca o 5.97m. O recorde olímpico ainda é do brasileiro: 6.03 metros.

A conquista mostra que o Brasil vem colhendo melhores resultados no atletismo. Além de Thiago, Alison dos Santos conquistou na madrugada desta terça-feira a medalha de bronze nos 400 metros com barreiras.

A sequência de medalhas olímpicas de Thiago, 27 anos, é consequência de anos do esforço e preparo sob o comando do treinador ucraniano Vitaly Petrov, o mais respeitado técnico de salto com vara do mundo. Foi ele quem treinou a russa Yelena Isinbayeva, a brasileira Fabiana Murer e o ucraniano Sergei Bubka, o maior saltador com vara de todos os tempos. “Quem olha para o Thiago saltando vê Serguei Bukba pulando”, afirmou o próprio Bubka em entrevista para a Istoé 2016 antes dos Jogos do Rio. “A mesma maneira de correr, o mesmo jeito de se movimentar. Ele faz tudo como eu fazia”, completou. Atleta das Forças Armadas brasileiras, Thiago é um dos nove do mundo que conseguiram saltar acima de seis metros de altura.

No entanto, Thiago e Petrov romperam a parceria em 2018, quando o brasileiro não conseguiu manter o desempenho que lhe deu o ouro no Rio. Ele voltou a treinar com Elson Miranda, seu treinador da base, para se reencontrar. Começou a melhorar em 2019, mas ainda longe dos 6.03m que saltou no Rio. Sua melhor marca nesse ciclo olímpico (o período entre olimpíadas) foi 10 centímetros abaixo do recorde pessoal, por isso o brasileiro não era tido entre os favoritos ao pódio em Tóquio. Para completar, foi demitido no início da pandemia pelo Clube Pinheiros, oito meses antes do fim do seu contrato, com a justificativa de que sua visibilidade não valia o investimento. A resposta veio com o bronze, a segunda medalha olímpica do campeão. Novamente, crescendo no momento mais decisivo.

O medalhista brasileiro começou no atletismo aos 14 anos no Clube dos Bancários de Marília, cidade onde nasceu e foi criado pelos avós paternos. Logo passou a receber orientação de sua amiga e conselheira Fabiana Murer, principal referência do esporte no Brasil antes de Thiago. Suas primeiras conquistas importantes foram o ouro no Campeonato Mundial Júnior de 2012, em Barcelona, e a prata nos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010, em Singapura.

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